segunda-feira, 15 de junho de 2015

O misticismo no Cristianismo

 

Analisemos a seguinte proposição:

The Christian of tomorrow will be a mystic, or not a Christian at all.”

(“O cristão do futuro será um místico, ou então não será cristão”)


Antes de mais temos que saber o que significa “místico”, ou misticismo.

mestre-eckhartDepois de definirmos misticismo, constatamos que a proposição supracitada é falsa, porque o misticismo é um fenómeno subjectivo que surge da religião que é, por definição, intersubjectiva. Reduzir a religião à subjectividade é negar o próprio conceito de religião. Dizer que que religião cristã se confinará ao misticismo é afirmar o fim da própria religião cristã.

Seja por exemplo o misticismo budista — aquele que é praticado ou experimentado nos conventos do Tibete. Esse misticismo não sobreviveria sem a religião popular budista (a religião do povo), que tem dogmas, divindades, santos e ritos como outra religião qualquer. Basta o exemplo budista para verificarmos que a asserção em epígrafe é falsa.

Por fim, a história do misticismo na cristandade demonstra uma clara tendência para o panteísmo — ou seja, a preferência pela imanência e pelo monismo, em detrimento da transcendência que caracteriza a doutrina do catolicismo desde a Antiguidade Tardia.

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