“Barbear-me, mudar fraldas aos filhos, vestir calças, usar o cabelo curto e cozinhar são alguns de milhares de aspectos mais ou menos públicos da minha identidade que constituem o meu género. O meu género não é um pénis. Isso faz parte do meu sexo e faço por não andar com ele à mostra.
Almada é (presumo) do mesmo sexo que eu. Mas não é do mesmo género. Não há nomes para distinguir os nossos géneros mas é óbvia a enorme diferença de género entre nós. Eu tenho filhos, nunca usei saias, vivo com uma mulher e encaro a castidade mais como um problema a resolver do que como uma virtude. Almada e eu temos uma forma muito diferente de viver o mesmo sexo e de nos identificarmos com o sexo que temos. É isso que distingue os géneros.”
Temos aqui em baixo algumas imagens de pessoas do mesmo sexo do Ludwig Krippahl, mas que não são do mesmo género dele.
Por exemplo, Leibniz: não se casou (nem com homem, nem com mulher), nem consta que tivesse filhos; aquela roupa efeminada de Leibniz, com punhos de renda e uma cabeleira postiça, não condiz com o género do Ludwig Krippahl.
Ou John Locke, pelas mesmas razões: rendinhas de menina e peruca cabeluda.
E o Einstein, com aquele bigode farfalhudo e com aquele cabelo comprido e despenteado, certamente que não pertence ao mesmo género do Ludwig Krippahl. Já não falando em Sinatra, com aquele chapéu burguês e aquela gravata fascista: certamente que Sinatra não pertence ao mesmo género do Ludwig Krippahl.
Portanto, segundo o Ludwig Krippahl, sempre houve géneros, ou seja, sempre existiu a ideologia de género.
* Logomaquia.
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