domingo, 30 de agosto de 2015

A logomaquia* do Ludwig Krippahl

 

“Barbear-me, mudar fraldas aos filhos, vestir calças, usar o cabelo curto e cozinhar são alguns de milhares de aspectos mais ou menos públicos da minha identidade que constituem o meu género. O meu género não é um pénis. Isso faz parte do meu sexo e faço por não andar com ele à mostra.

Almada é (presumo) do mesmo sexo que eu. Mas não é do mesmo género. Não há nomes para distinguir os nossos géneros mas é óbvia a enorme diferença de género entre nós. Eu tenho filhos, nunca usei saias, vivo com uma mulher e encaro a castidade mais como um problema a resolver do que como uma virtude. Almada e eu temos uma forma muito diferente de viver o mesmo sexo e de nos identificarmos com o sexo que temos. É isso que distingue os géneros.”

Ludwig Krippahl


Temos aqui em baixo algumas imagens de pessoas do mesmo sexo do Ludwig Krippahl, mas que não são do mesmo género dele.

generos

Por exemplo, Leibniz: não se casou (nem com homem, nem com mulher), nem consta que tivesse filhos; aquela roupa efeminada de Leibniz, com punhos de renda e uma cabeleira postiça, não condiz com o género do Ludwig Krippahl.

Ou John Locke, pelas mesmas razões: rendinhas de menina e peruca cabeluda.

E o Einstein, com aquele bigode farfalhudo e com aquele cabelo comprido e despenteado, certamente que não pertence ao mesmo género do Ludwig Krippahl. Já não falando em Sinatra, com aquele chapéu burguês e aquela gravata fascista: certamente que Sinatra não pertence ao mesmo género do Ludwig Krippahl.

Portanto, segundo o Ludwig Krippahl, sempre houve géneros, ou seja, sempre existiu a ideologia de género.


* Logomaquia.

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