quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O piropo dá prazer aos reles operários das classes baixas

 

A jornaleira Ana Paula Azevedo (seja ela quem for) escreve acerca da lei da piropofobia.

E concorda com a lei: “habituem-se”, diz ela.

“Ora, segundo qualquer bom dicionário de Português, o piropo é um elogio dos atributos físicos de alguém.

Tendo em conta a formulação equilibrada encontrada na nova lei, não se compreendem as dúvidas e as reacções inflamadas. Pelo contrário, têm aí a melhor protecção que podia ser dada ao piropo e a quem tem o direito de continuar a expressar o seu espanto por ver uma flor a andar - é uma questão de gosto.

Já os comentários de carácter exibicionista ou de teor sexual e em tom intimidatório dirigidos a um homem ou a uma mulher, rapaz ou rapariga, todos sabemos quais são - e são estes que passaram a estar, e muito bem, sob alçada da lei. Habituem-se.”

Ou seja, a jornaleira Ana Paula Azevedo faz a distinção entre piropo (que ela considera com sendo “um elogio dos atributos físicos de alguém”), por um lado, e “comentários de teor sexual”, por outro lado — o que significa que, para ela, “um elogio dos atributos físicos de alguém” não é “um comentário de teor sexual”.

Por aqui se vê o nível de quem escreve nos me®dia e da elite política lisboeta que comanda os nossos destinos.

Se eu disser: “Tens um corpinho de sereia”, estou a fazer “um elogio dos atributos físicos de alguém”. Mas, segundo a jornaleira, não se trata de “um comentário de teor sexual”. Ela consegue a proeza de separar os elogios aos atributos físicos de alguém, por um lado, dos comentários de teor sexual, por outro lado. É obra desenganada!

Thomas B. Macaulay escreveu o seguinte no século XIX (em relação a puritanismo dos Quakers) : “os puritanos detestavam os combates de ursos, não porque esses jogos causassem sofrimento aos ursos, mas porque davam prazer aos espectadores”.

O politicamente correcto é uma nova forma de puritanismo. O piropo é proibido não porque uma mulher madura sofra com ele, mas porque dá prazer aos reles trabalhadores das classes baixas. Este puritanismo hipócrita e politicamente correcto estende-se ao feminismo: é proibido o piropo, mas pode-se abortar à fartazana a expensas do Estado.

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