sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Portugal não tem elites: em vez disso, tem Kapos de Konzentrationslager

 

“¿Como é que, algures pelo caminho dos últimos anos, perdemos a independência?

¿Como é que permitimos, todos, povo e governantes, o que se está a passar?

E não me venham com a dívida. A dívida ajuda e muito, mas não é a questão central. A questão central é que ao abdicarmos de soberania, abdicamos também de democracia.

E estamos agora governados por uma burocracia anónima, sem legitimidade eleitoral, que responde aos seus donos e nós não somos donos de nada. Nem sequer de nós próprios”.

José Pacheco Pereira


José Pacheco Pereira faz perguntas mas sabe as respostas. Ou, se não sabe, deveria saber.

Antes de mais, há que perguntar:

  • ¿quem são os “donos” de que fala o José Pacheco Pereira?
  • ¿E quem são os “capatazes” (os Kapos) dos “donos”?
  • ¿E quem são os aspirantes a “Kapos” do futuro “Konzentrationslager” em que se transforma Portugal?

Portanto, existem os “donos”, os capatazes (ou “Kapos”), e os aspirantes a Kapos. E o povo português faz parte da massa do Konzentrationslager. Os aspirantes a Kapos querem ser os futuros capatazes, independentemente da ideologia política que adoptam neste momento. Um Kapo foi Passos Coelho e é António Costa, por exemplo. E podem ser Catarina Martins ou Rui Tavares, no futuro: o que interessa ao Kapo é o Poder apenas pelo Poder (a política enquanto mero meio para atingir quaisquer fins inconfessos), e os “donos” sabem disso.

kapo-web

Por detrás da organização do Konzentrationslager existe uma hierarquia determinada por forças não democráticas que actuam decisiva- e ilegitimamente na sociedade — por exemplo, o grupo de Bilderberg do Pinto Balsemão que o José Pacheco Pereira tanto respeita, ou a maçonaria internacional a quem o José Pacheco Pereira tanto dá loas.

Os “donos” controlam o sistema hierárquico do Konzentrationslager, e nomeiam os Kapos.

Na sua condição de Kapo, este não toma partido pela massa do Konzentrationslager. O Kapo procura o compromisso com o povo que sirva os interesses dos “donos”. O Kapo é um capataz, e no Konzentrationslager não pode existir soberania que não lhe seja exterior. A soberania existe, de facto, mas está fora do Konzentrationslager.

Portanto, o problema de Portugal é o das elites que não existem enquanto tal. Portugal não tem elites: em vez disso, tem Kapos de Konzentrationslager.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.