Este texto do Anselmo Borges ia bem, até ao final, quando ele fala em sexo. Os padres e freiras têm a “sexualidade distorcida”, diz ele. A cumbersa é sempre a mesma.
Em primeiro lugar, ninguém é obrigado a ser padre ou freira. Ninguém lhes aponta a pistola do celibato. São padres e madres porque querem ser, e como em todas as instituições, há que os que reúnem as condições para estar dentro do clero católico, e os que não têm essas condições.
Claro que o argumento seguinte é o da “falta de padres e freiras”. Então que a Igreja Católica forme mais diáconos e diaconisas, que estes podem casar, se quiserem. Mas deixem o sacerdócio e a clausura em paz!
O argumento do Anselmo Borges contra o celibato católico não é racional: baseia-se em um sofisma naturalista: por exemplo, “se os homens têm naturalmente barba, todos os homens devem deixar crescer a barba”.
De modo semelhante: “se os homens têm naturalmente um órgão sexual, todos devem ter sexo” — é este o sofisma naturalista do Anselmo Borges.
Desde G E Moore que sabemos que não é possível deduzir valores e normas a partir de factos — e quem o faz incorre em um sofisma naturalista. Os factos não fundamentam quaisquer normas, embora as normas possam criar factos.
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