terça-feira, 3 de outubro de 2017

O tempo da Catalunha independente já passou

 

Por princípio, sou a favor da independência das nações, quanto mais não seja porque Portugal é uma nação independente desde 1143 Anno Domini, e é o país que tem as fronteiras definitivas mais antigas da Europa (desde o Tratado de Alcanizes em 1297).

A Catalunha foi outrora um reino independente, o Reino de Aragão, com capital em Barcelona.

Quando se casaram as dinastias com as do reino de Castela, a capital passou para Madrid, e a Catalunha passou a província. Uma coisa parecida aconteceu com Portugal entre 1580 e 1640, com a diferença de que o território português é maior do que o da Catalunha (e com mais população) e Portugal tem fronteiras naturais (rios, montanhas) que tornavam muito mais difícil a penetração dos exércitos castelhanos.

Ao longo de séculos, a nacionalidade catalã teve as suas oportunidades para vingar, mas nunca foi suficientemente forte para se impôr ao centralismo de Madrid. A partir de finais do século XVII iniciou-se a colonização da Catalunha por parte de gente de outras regiões de Espanha, e com a industrialização da Catalunha temos hoje já uma grande percentagem de população que não é etnicamente catalã e não fala catalão.

A independência da Catalunha é hoje uma tarefa quase impossível, porque a sua legitimidade está ferida de morte.

Eu não aprecio as ideias de Unamuno, mas ele estava certo quando escreveu quea religião faz a pátria e é a pátria do espírito”.

Enquanto a Espanha (incluindo a Catalunha) foi católica, os independentismos espanhóis ficaram mais ou menos adormecidos — até que os ateus marxistas resolveram iniciar uma sangrenta guerra civil que Franco ganhou. Hoje, a independência da Catalunha volta a ser uma iniciativa dos novos marxistas e ateístas, que não perceberam que a independência de um país pertence à nação, e não a uma ideologia política qualquer.

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