quinta-feira, 10 de março de 2022

Tucker Carlson e a defesa do isolacionismo americano


Vemos aqui, em baixo, uma imagem que classifica os “pivots” da Fox News segundo as suas posições políticas.

fox news anchors

Esta classificação é importante para compreender a opinião do “pivot” Tucker Carlson no que diz respeito à posição dos Estados Unidos em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia. Nos seus últimos programas, Tucker Carlson manifestou a opinião segundo a qual os Estados Unidos se devem não só afastar do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas devem mesmo assumir uma posição de neutralidade em relação à invasão da Rússia à Ucrânia.


Vejamos a seguinte proposição que resume a posição de Tucker Carlson:

“A guerra entre a Rússia e a Ucrânia não diz respeito aos Estados Unidos, e este país deve assumir uma posição neutral em relação a uma situação que lhe é estranha”.

Esta posição de neutralidade dos Estados Unidos em relação a conflitos externos não é nova — por exemplo, Charles Lindbergh ficou também famoso por ter defendido uma posição de neutralidade em relação à participação dos Estados Unidos na I Guerra Mundial. A posição de Charles Lindbergh, ou seja, a neutralidade dos Estados Unidos em relação a guerras na estranja, é perfeitamente aceitável se for coerente em toda a sua linha de raciocínio — o que, no caso de Tucker Carlson, não é coerente.

Vejamos agora a supracitada proposição com um aditamento que lhe confere a coerência necessária:

“ 1/ A guerra entre a Rússia e a Ucrânia não diz respeito aos Estados Unidos, e este último país deve assumir uma posição neutral em relação a uma situação que lhe é estranha. 2/ E para que esta posição de neutralidade assuma um Todo coerente, os Estados Unidos devem sair da O.T.A.N.”

Nunca veremos o Tucker Carlson defender a saída dos Estados Unidos da O.T.A.N. (ou NATO), porque isso implicaria uma decadência acelerada da influência americana no Ocidente — e embora o corolário lógico da posição de neutralidade impusesse essa saída.


Nota:

Os libertários, em geral, e os republicanos votaram em Donald Trump, assim como os “cristãos conservadores”.

Os “liberais clássicos” (os liberais que se identificam com a linha de pensamento de JFK até Bill Clinton), assim como os “liberais progressistas” (a manta de retalhos que é Esquerda radical americana), votaram em Hillary Clinton e em Joe Biden.

Os republicanos não são necessariamente “cristãos conservadores”; existem, por exemplo, os “republicanos neocons”, que são “revolucionários globalistas”, como é o caso de senador republicano Lindsey Graham, entre muitos outros.

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