O Nominalismo, no tempo de Guilherme de Ockham, tinha como intenção o foco na realidade das coisas concretas e no experimentalismo que fundamentassem a ciência.
Hoje, o Nominalismo radical é a recusa liminar do conceito de juízo universal e da indução, ou seja, é a recusa da própria ciência.
Aquilo a que chamamos “Wokismo” é, sem dúvida uma consequência do marxismo cultural (que o José Pacheco Pereira diz que não existe), mas é também a incapacidade de discernir entre os conceitos de “indivíduo” e de “comunidade”. Para as pessoas, como o Pacheco, que dizem que “o marxismo cultural não existe”, citamos o intelectual inglês Douglas Murray :
«O marxismo cultural é geralmente concebido como “inexplicável” somente por pessoas que adoptaram esse conceito ao longo das suas vidas; e depois fazem-se de estúpidos».
Esta frase vai direitinha para o José Pacheco Pereira e encaixa nele como uma luva.
Mas voltando ao Nominalismo:
Os esquerdistas têm hoje grande dificuldade em generalizar; em epistemologia (ciência), a indução é uma inferência conjectural ou não-demonstrativa; é o raciocínio que obtém leis gerais a partir de casos particulares.
Ora, o esquerdopata actual não consegue extrapolar para leis gerais a partir de casos particulares. É-lhe muito difícil fazer esse exercício (narcisismo exacerbado).
O “caso particular”, que o esquerdista observa, é entendido por ele como uma realidade não-extrapolável — segue, no fundo, o arquétipo mental de Antístenes, que se dirigiu criticamente ao realismo de Platão, dizendo-lhe:
“Eu vejo aqui um cavalo, mas não vejo a 'cavalaridade'”.
Antístenes não conseguia ver a classe ou a categoria dos equídeos...!
Ele só conseguia ver um cavalo de cada vez, e o conceito de “categoria de equídeos” era-lhe totalmente estranho.
Ora, é isto que se passa, em geral, com o militante de base dos partidos de esquerda — refiro-me ao militante de base da ala mais radical do Partido Socialista, e do Bloco de Esquerda em geral; mas não só: este tipo de “cegueira” em relação ao geral/universal, a recusa da indução e da inferência como forma de categorizar a realidade, começa a ser parte do arquétipo mental de uma grande parte da população.
A ideia-base das elites de Esquerda é a seguinte: “não podemos generalizar!”.
A partir daqui, qualquer tipo de generalização passa a ser proibida, e o acólito ignaro esquerdista passa a olhar a indução científica como uma Expressão do Mal.
Porém, quando a ciência corrobora a ideologia política vigente, ou quando a ciência é retorcida e manipulada para acomodar a ideologia política, então o esquerdista aceita a ciência no sentido em que esta justifique a legitimidade ideológica e existencial do “Caso A”, do “Caso B”, “C”, “E”, etc. — um caso de cada vez, porque o esquerdopata só vê um caso de cada vez.