quinta-feira, 4 de abril de 2024

Galopim de Carvalho: a prova de que um cientista pode ser um imbecil


Quando lemos este texto de Galopim de Carvalho (ver ficheiro PDF), ficamos com a ideia de que poderia ter sido escrito por um idiota qualquer, aspirante a secretário-geral do Partido Comunista. Não é disto que se espera de um cientista, ou mesmo de um defensor da ciência.

A ciência não é um instrumento de ideologia política. Aliás, a ciência deve ser o oposto de uma qualquer ideologia.

O supracitado idiota vem (outra vez) com a lengalenga das “perseguições” da Igreja Católica a Giordano Bruno (um frade dominicano católico, e lunático) e a Galileu (não houve perseguição alguma a Galileu, houve problemas pessoais com o papa), mas esquece-se das perseguições do chamado “espírito científico” em relação à humanidade que matou mais de 100 milhões de seres humanos no século XX.

O galopim é um idiota chapado.

« A revolução francesa matou mais gente em apenas um mês e em nome do ateísmo, do que a Inquisição da Igreja Católica em nome de Deus durante toda a Idade Média e em toda a Europa. »

→ Pierre Chaunu, historiador francês

Se entendermos a ciência na perspectiva actual e actualizada, a reacção do Papa medieval às teses de Galileu foi absolutamente correcta, do ponto de vista do método científico (paradigma).

As teses de Copérnico (um Padre católico que defendeu a tese do heliocentrismo) receberam o imprimatur da Igreja Católica porque foram formuladas como hipóteses — o que não aconteceu com Galileu, que não quis formular hipóteses, mas antes pretendeu afirmar verdades absolutas. E a tentativa de afirmação das suas verdades absolutas aconteceu numa época em que a hipótese geocêntrica de Ptolomeu (um paradigma) podia explicar melhor muitos fenómenos celestes.

Segundo a perspectiva actual da ciência (o conceito de “paradigma” ) e, por isso, racional e científica propriamente dita, a Igreja Católica do tempo de Galileu defendeu a concepção científica mais moderna, embora tenha errado tanto quanto erra a ciência actual.

O galopim é uma besta.

Para além disso, o galopim é burro, porque a hipótese do heliocentrismo é muitíssimo anterior a Copérnico e Galileu: Aristarco de Samos, que viveu no século III a.C., foi simbolicamente condenado à morte — ou seja, não foi realmente morto — por ter dito que era a Terra que se movia em torno do Sol e que as estrelas não rodopiavam à volta da Terra; e foi simbólica- e virtualmente condenado à morte precisamente porque Aristarco colocava assim em causa a existência da morada dos deuses gregos, porque segundo a mitologia grega, era suposto que a Terra fosse o centro do universo, explicando-se assim a existência do Olimpo.

Sobre Giordano Bruno, escrevi aqui. Giordano Bruno não foi morto por serviços prestados à ciência. Bruno foi morto por razões que se misturam entre a transgressão espiritual e teológica, e questões pessoais e privadas.

O galopim é ignorante.

O galopim vive sob o jugo irracional de um paradigma, mas, simultaneamente, recusa o conceito de paradigma. A linguagem do galopim é ideológica, dogmática.

“There are two kinds of people in the world: the conscious dogmatists and unconscious dogmatists. I have always found myself that the unconscious dogmatists were by far the most dogmatic.”

→ G. K. Chesterton, ‘Generally Speaking.’

O galopim vem dizer que a ciência positivista “não impõe". Claro que impõe! E a prova disto é a imposição imbecil dele, segundo a qual a ciência positivista e a religião são oponentes. O positivismo é uma espécie de ideologia.

Comparar ciência e religião é próprio de um asno. O galopim é um asno.

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