sábado, 4 de maio de 2024

A 'Direita moderada' do Henrique Pereira dos Santos


Confesso que tenho dificuldade de entender o arquétipo racional do Henrique Pereira dos Santos, expresso em dois artigos: o primeiro, faz lembrar o esquerdista que, perante alguém de Direita que diz que “2+2=4”, lhe pergunta: “¿o que é que tu ganhas ao defender essa conclusão?”

“João Miguel Tavares estará a tirar conclusões demasiado cedo e, parece-me, a admitir como certa uma hipótese: a de que o Chega está preocupado com o país e não com a sua necessidade de rapidamente passar a partido dominante da direita.”

Quando está em causa o CHEGA, a racionalidade de qualquer posição política deste partido é sempre colocada em causa por uma qualquer motivação de ganho.

O Henrique Pereira dos Santos faz parte da elite de comentadeiros que têm errado o alvo sistemicamente em relação ao CHEGA. Mas continuam a acreditar; a esperança é a última a morrer.

O conceito de “Direita moderada”, do Henrique Pereira dos Santos, não tem definição. É um conceito sem noção. ¿O que é “Direita moderada”? Quem souber, que defina. Eu não sei.

Porém, chamo à atenção para a Lei de O'Sullivan: de acordo com o jornalista britânico John O'Sullivan, há uma lei segundo a qual uma qualquer organização ou instituição, que não se defina claramente como sendo de Direita nos seus princípios (éticos, políticos, culturais), com a passagem do tempo acaba sempre e invariavelmente por cair na Esquerda.

Segundo a Lei de O'Sullivan, a “Direita moderada” é a Direita educadinha e fofinha. É desta Direitinha que o Henrique Pereira dos Santos gosta (e a Esquerda também gosta), na esteira comportamental de Paulo Portas e Assunção Cristas.

No segundo artigo, o Henrique Pereira dos Santos defende implicitamente a ideia segundo a qual o conceito de “utilizador / pagador”, aplicado por exemplo nas SCUTs, deve ser eterno. Está implícito, na argumentação dele, que o princípio “utilizador / pagador” deve ser válido mesmo que as SCUTs tenham sido pagas 10 vezes, pelos contribuintes.

Se levarmos o princípio “utilizador / pagador” (segundo Henrique Pereira dos Santos) ao seu corolário lógico, todas as estradas portuguesas deveriam ter portagens, independentemente de existirem desde há 100, 50, ou 2 anos.

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