quarta-feira, 24 de julho de 2024

“Igualdade” é a Pita que os piruta !


O Ludwig Krippahl foi (não sei se ainda é) apoiante do partido LIVRE do Rui Tavares que foi, por sua vez, deputado pelo Bloco de Esquerda no parlamento europeu; e por isso fiquei surpreendido com este verbete do Ludwig Krippahl.

Por muito que os me®dia tentem maquilhar a imagem do Rui Tavares (e fazem-no), a verdade é que este é essencialmente marxista, e o partido dele, de “livre”, tem quase nada. O Rui Tavares, à semelhança do Bloco de Esquerda, defende a igualdade de rendimentos, independentemente da dedicação e do trabalho despendidos pelos indivíduos. Rui Tavares é um comunista.




O Igualitarismo de Procrustes


Em aditamento ao referido artigo de Ludwig Krippahl, com o qual concordo maioritariamente, tenho a dizer o seguinte:

A obsessão pela “igualdade de rendimentos” é o fundamento de um velho totalitarismo travestido de “nova liberdade”. Como escreveu Fernando Pessoa: “é a velhice do eterno novo”.

O comunista (camuflado, ou não) começa por pedir a “igualdade de oportunidades”, mas acaba sempre por exigir que se penalize o bem-dotado. Para o comunista, a igualdade de rendimentos é a condição psicológica prévia das matanças científicas e frias (Che Guevara, Fidel Castro, Pol-Pot, Estaline, Mao, etc. ) — por exemplo, com a instituição do aborto como um “direito à igualdade da mulher”.

As matanças esquerdistas pertencem à lógica do próprio sistema obcecado pela “igualdade”.

Os seres humanos, à medida em que se sentem mais “iguais”, mais facilmente aceitam e toleram que os tratem (pelo Estado ou pelo Poder) como peças intercambiáveis, substituíveis e supérfluas.

Para além dos comunistas, os auto-proclamados “liberais, progressistas e igualitaristas”, (por exemplo, IL [Iniciativa Liberal]) ignoram a diferença entre verdades e erros: apenas distinguem a diferença entre opiniões populares e opiniões impopulares. E depois dizem que “os populistas são os outros”.

Em nome da “igualdade”, o “liberal” português degrada a liberdade antes de a estrangular; o igualitarismo dito “liberal” não suprimiu os ricos e poderosos: apenas acabou com os ricos e poderosos decentes. Graças aos “liberais” portugueses, os ricos são hoje (em geral) uma cambada de gente amoral. Já lá vai o tempo em que o patrão se preocupava minimamente com as famílias dos seus operários: hoje, salvo excepções, um rico é sinónimo de filho-de-puta.

Se a cultura é a expressão da alma colectiva — sendo que a civilização é o propósito do intelecto —, a cultura actual, dita “liberal”, espelha a merda em que se transformou o espírito humano.


Porém, sendo a igualdade impossível, Aristóteles criou o conceito de “equidade” — que é diferente do conceito de equidade adulterado pelo Wokismo.

A aplicação do conceito aristotélico de “Equidade”, distingue-se do direito igualitário porque consiste na correcção da lei positiva mediante a consideração da lei natural (o jusnaturalismo, que a Esquerda e os liberais repudiam, por exemplo, Isabel Moreira) nos casos em que a sua aplicação pudesse contribuir para uma maior e melhor justiça.

Segundo Aristóteles, a equidade é a Justiça que diz mais respeito ao espírito do que à lei e que pode mesmo moderar ou rever esta última, na medida em que se mostre insuficiente devido ao seu carácter geral.

A equidade é acção do espírito sobre a lei — em que esta (a lei) é subordinada àquele (ao espírito).



A equidade não significa que se justifique a existência de privilégios concedidos por intermédio do Direito Positivo — como, por exemplo, a restrição da liberdade individual, por exemplo, quando o Estado impõe as chamadas “quotas de género”, que a "Direitinha" do Montenegro e/ou do Nuno Melo também defende: aqui, não se trata de “equidade”: em vez disso, é ideologia marxista disfarçada.

A equidade não garante igualdade de rendimentos (ou igualdade de qualquer outra coisa) — exactamente porque equidade não é a mesma coisa que igualdade.

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