segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Polícia bom é polícia morto


O Ludwig Krippahl escreveu o seguinte:

“A lei obriga a obedecer à autoridade da polícia e proíbe a polícia de disparar sobre pessoas desarmadas.”

(…)

“A defesa [do agente da polícia] só é legítima se for proporcional, não se pode matar a tiro uma pessoa desarmada...”.


O Código Penal, no seu Art.º 40 § 3, diz o seguinte:

“A medida de segurança só pode ser aplicada se for proporcionada à gravidade do facto e à perigosidade do agente” [meliante].

Vem daqui o tal “princípio da proporcionalidade” invocado pelo Ludwig Krippahl.

Só que o Ludwig Krippahl não sabe interpretar a lei (se calhar, nem a conhece): a agressão a um polícia, mesmo que só através de murros na tola, depois de uma perseguição automóvel e destruição de propriedade privada de outrem, revela em si mesma a “gravidade do facto e à perigosidade do agente”.

O Odair tinha cerca de 1,90 de altura, e uma compleição física assustadora; mas o Ludwig Krippahl pensa que o Odair tinha o direito de arrebentar o focinho ao polícia e ficar sem resposta — em nome da “proporcionalidade”.


O que o Ludwig Krippahl quer dizer é o seguinte:

Se um meliante utilizar os punhos para reduzir a cabeça do polícia a um molho de brócolos, o polícia tem que levar porrada e não reagir — porque 1/ o pretinho tem sempre razão, e porque 2/ se o polícia utilizar a arma em legítima defesa para não ficar com a cabeça num 8, não é “proporcional”.

Em suma, segundo Ludwig Krippahl, nestes casos, o polícia deveria deixar o Odair enfardá-lo no focinho e ficar quietinho — para ser “proporcional”.

Só falta ao Ludwig Krippahl dizer que “polícia bom é polícia morto”. É caso para dizer: “quem te manda a ti, sapateiro, tocar tão mal rabecão”. Ó Krippahl!: mais valia estares calado.

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