quinta-feira, 22 de maio de 2025

Os libertários que defendem o totalitarismo da liberdade


O Ludwig Krippahl escreve aqui um textículo que diz, mutatis mutandis, basicamente o seguinte:

1/ “se Donald Trump é corrupto, é evidente que o André Ventura também é corrupto”. André Ventura é considerado corrupto por associação [falácia ad Trumpum].

2/ O Ludwig Krippahl escreve o seguinte (sic):

“Este mandato de Trump mostra também o erro de procurar empresários para a política.” [falácia da generalização].

Por exemplo, se há coisa que Fidel Castro, Hitler , Mao Tsé Tung ou Estaline não foram, foi serem empresários; e Konrad Adenauer e Friedrich Merz foram empresários. Porém, posso conjecturar que o Ludwig Krippahl considera estes dois últimos como sendo “fassistas”.

3/ o Ludwig Krippahl escreve o seguinte:

“O progresso tecnológico está a tornar cada vez mais difícil obter capital vendendo trabalho e cada vez mais fácil investir capital sem comprar trabalho. Isto está a desequilibrar a economia e a dificultar a redistribuição pelo trabalho. Nestas condições é preciso reforçar o papel do Estado na redistribuição.”

Através deste tipo de raciocínio, o “libertário” Ludwig Krippahl condiciona “progressivamente” a liberdade do indivíduo. O Ludwig Krippahl é como o Rui Tavares: só é libertário para algumas poucas coisas: no resto, é a favor do “progresso” do reforço do poder do Estado.

Por isso é que o Ludwig Krippahl (e o Rui Tavares) defendem o multiculturalismo trazido pela imigração massiva e desenfreada: colocando as diferentes comunidades umas contra as outras, enfraquecendo a coesão social, iremos alegremente construindo um Estado totalitário que sirva de árbitro entre culturas muitas vezes irreconciliáveis.

O Ludwig Krippahl tem um arquétipo mental totalitário, mas, alegadamente, em nome da liberdade. A liberdade serve-lhe para impôr um Estado totalitário.

O erro do Ludwig Krippahl — também o erro de gente como Isabel Moreira — é pensar que o Direito Positivo, por si só, resolve os problemas da sociedade.

A verdade é que o Direito Positivo apenas organiza as premissas metajurídicas que estão subjacentes ao Direito e à herança da cultura antropológica — ao contrário do que defendeu Karl Marx, a Cultura não preencherá, jamais, o ócio do trabalhador, porque é apenas trabalho do ocioso.

Quando o Direito Positivo ignora as suas raízes metajurídicas, acontece a actual arbitrariedade americana com Donald Trump: o Direito passa a ser arbitrário, uma espécie de folha Excel em que o governo escreve o que quiser, reorganiza os Valores e os Fundamentos do Direito, discricionariamente e a seu bel-prazer [ver Carl Schmitt, Max Weber].

Ou seja, gente como Ludwig Krippahl critica Donald Trump, mas adopta exactamente os mesmos princípios da elaboração do Direito que o Trump adopta para fazer as asneiras que faz.

Quando definem a propriedade como função social, é certo que se avizinha o confisco. E quando definem o trabalho como função social, vislumbra-se nitidamente a escravatura.

O Ludwig Krippahl, defendendo o reforço do poder do Estado, defende o socialismo que é a economia que monta, meticulosa- e laboriosamente, os mecanismos (outrora) espontâneos do capitalismo.

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