sábado, 1 de março de 2014

Ou o Euro, ou o Caos

 

Se o ordenado mínimo é hoje de 480 Euros e o litro de gasolina está em 1,70 Euros por litro, isto equivale ao seguinte: 96 mil escudos (ou 96 contos) contra 340 escudos por litro de gasolina. Mas se um jovem licenciado, com um mestrado, ganha hoje 700 Euros brutos (se tiver a sorte de ter trabalho!), encontramos o tecto máximo salarial: 140 mil escudos.

Em 1990, eu era um jovem e ganhava 250 mil escudos líquidos. Qualquer licenciado com mérito, já nos idos de 1990, ganhava 140 mil escudos por mês — e a gasolina era mais barata do que os actuais 340 escudos por litro.

O que o bovinotécnico de serviço escreve aqui é o seguinte: “há prebendas que a permanência no Euro garante a uma elite de sibaritas” — para aquela minoria que vai sendo sempre cada vez menor (à medida em que os cortes salariais vão avançando), até que se estabilize em uma percentagem ínfima da população (uma espécie de economia à moda da China) que a bovinotecnia serve e em relação à qual se submete de forma canina.

Há aqui dois problemas:

O primeiro é o contra-factual: não é possível sabermos objectivamente como estaríamos hoje se não tivéssemos entrado no Euro. E o Euro nem sequer nos salvou da bancarrota! E a bovinotecnia joga com a falta de memória do povo, por um lado, e com a teoria do caos, por outro lado.

E o segundo problema é que a saída do Euro tem que ser concertada, ou seja, tem que ser acordada entre todos os países da zona Euro — o que me parece difícil. Mas isso não significa que o Euro seja bom para a economia portuguesa: o povo português foi tramado pela classe política portuguesa em aliança com uma minoria ínfima de sibaritas que vive de rendas pornográficas acordadas com o Estado; e isto vai ter que acabar! — nem que a vaca (bovinotécnica) tussa!

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