terça-feira, 29 de julho de 2014

Não tenho um outro título para este verbete

 

Um automóvel está parado no sinal vermelho; e vem um ciclista e bate-lhe na traseira, causando danos na bicicleta e no automóvel. Segundo as associações de ciclistas, quem deve pagar todos os prejuízos (do automóvel e da bicicleta) é o proprietário do automóvel e em nome de um conceito a que chamam “responsabilidade objectiva”.

Eu andei à procura do significado de “responsabilidade objectiva”, que absurdamente implica a existência do conceito jurídico de “responsabilidade subjectiva” — como se no Direito a responsabilidade não tenha que ser sempre “objectiva”. A “responsabilidade subjectiva” é própria do confessionário católico, e não da barra dos tribunais.

Das duas, uma: ou eu estou a ficar “gágá” e perdi a possibilidade de coerência lógica, ou a política ensandeceu de vez. O ser humano é louco por natureza, mas é a loucura humana que gera a Razão que, por sua vez, vai controlar a loucura. No caso da política portuguesa, a loucura já não gera a Razão.

A Helena Matos fez aqui a categorização dos argumentos das associações de ciclistas.

O que é espantoso é que aquele argumentário das associações de ciclistas seja publicado em jornais. Os jornais publicam qualquer tipo de notícia desde que por detrás dela esteja um qualquer poder fáctico. Eu estou convencido de que se existisse em Portugal uma Associação de Psicóticos Profissionais, qualquer nota de imprensa dessa organização seria publicada pelos me®dia.

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