O João Távora escreve o seguinte, a respeito do banqueiro Ricardo Salgado:“Sei por vários testemunhos pessoais como o banqueiro é uma pessoa de trato fácil, que procura uma proximidade e um contacto directo com as pessoas sem pruridos hierárquicos que, com o dom de uma memória prodigiosa, a todos trata amigavelmente pelo nome próprio.”
O Zézé Camarinha também é “uma pessoa de trato fácil, que procura uma proximidade e um contacto directo com as pessoas sem pruridos hierárquicos” (ele não é esquisito: tanto “marcha” a senhora doutora como a sopeira, desde que ele utilize a língua), “tem o dom de uma memória prodigiosa” (não há nome que lhe escape), “a todas trata amigavelmente pelo nome próprio” (é naquela base: “Beibe! Ai desenrascate iu best!”.
A diferença entre o Ricardo Salgado, por um lado, e o Zézé Camarinha, por outro lado, é que o segundo é inócuo e o primeiro iníquo. E o João Távora não sabe a diferença.
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