domingo, 21 de setembro de 2014

Beatriz Gimeno, a Isabel Moreira de Espanha: um caso para o psiquiatra Júlio Machado Vaz

 

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“Um mundo lésbico é a solução”.

“A heterossexualidade obrigatória é uma ferramenta do patriarcado para colocar as mulheres em uma posição subordinada em relação aos homens”.

“A heterossexualidade não é o modo natural de viver a sexualidade, mas é uma ferramenta política e social com uma função muito concreta que as feminista denunciam há décadas: subordinar as mulheres aos homens; um regime regulador da sexualidade que tem como finalidade contribuir para uma distribuição desigual entre mulheres e homens, construindo assim uma categoria de opressores, os homens, e uma de oprimidas, as mulheres”.

“A condição masculina significa a pertença ao género que detém todo o Poder”.

“A heterossexualidade é a ferramenta principal do patriarcado”.

“Esquecer que, na maior parte dos períodos históricos, se as mulheres tivessem podido escolher, teriam escolhido não manter relações sexuais com os homens, não viver com eles, não relacionar-se com eles — é esquecer algo fundamental na história das mulheres (e dos homens)”.

julio machado vaz web“É a heterossexualidade que, verdadeiramente, se crava nas vidas e nos corpos das mulheres. Situar-se no espaço físico do lesbianismo pode ser libertador na medida em que se assume uma posição de “outsider” em relação à heterossexualidade, na medida em que o corpo se sente mais livre e respira, na medida em que a mulher se pode observar de fora, e fazer-se mais consciente dos mecanismos de opressão que operam sobre nós”.

“A heterossexualidade não só se ensina, mas também fazem-se esforços ímprobos para que a maioria das mulheres sintam que não têm outra opção; a heterossexualidade é fortemente induzida, e daí vêm os múltiplos mecanismos destinados a sustentá-la, a ensiná-la, a favorecê-la, a castigar a dissidência, a pressionar as mulheres para que se façam heterossexuais de forma definitiva; mecanismos psicológicos, sociais, económicos, políticos.

Se a heterossexualidade fosse natural, ou sequer benéfica para as mulheres, não necessitaria dos enormes mecanismos complexos que se utilizam para manter as mulheres dentro dela”.

“O feminismo luta com denodo para limitar os danos que a heterossexualidade causa nas mulheres”.

“Sabe-se que qualquer mulher pode ser lésbica”.

“Não há uma construção ideológica rígida da feminilidade; não é necessária: o único requisito da feminilidade é a de esta esteja submetida, a cada momento histórico, aos desejos masculinos”.

“São muitas as lésbicas que afirmam ter escolhido sê-lo, ou por razões políticas, ou, se não estão conscientes dessa escolha política, dizem ter chegado à conclusão de que, como lésbicas, são mais felizes, na medida em que descobrem que as relações entre mulheres são dotadas de qualidades que não encontram nos homens”.

“Muitas mulheres sentem que escolher uma vida de lésbica é escolher uma vida que se afaste da que viveram as suas mães”.

“O feminismo combate para que as mulheres não percam as suas energias intelectuais e/ou afectivas com os homens”.

“Muitas mulheres teriam muito a ganhar se existisse uma equação que colocasse em pé de igualdade a homossexualidade e a heterossexualidade, ou que fomentasse a não-heterossexualidade. Ensinam-nos como limitar os problemas de saúde física e mental, económicos, políticos e pessoais, mas nada se diz de que estes problemas também poderiam se combatidos vivendo um estilo de vida lésbico”.

“A violência machista só se exerce dos homens em relação às mulheres, porque os homens são os únicos que, nesta sociedade, se podem encontrar em uma posição masculina. Só um homem pode sentir que possui a legitimidade simbólica, cultural, e histórica que lhe dá o patriarcado para matar a sua mulher. Quando um homem mata uma mulher por machismo, é um acto de ódio em relação a todas as mulheres”.


Respigado aqui.

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