Neste texto de José Pacheco Pereira, podemos concordar genericamente com as suas (dele) críticas ao governo de Passos Coelho — por exemplo, quando ele fala nas “previsões neo-malthusianas” do governo de Passos Coelho para orientar a SS (Segurança Social). Mas o sofisma de José Pacheco Pereira consiste em retirar implicitamente, das suas críticas ao governo actual, uma apologia em relação a uma futura e hipotética real oposição de António Costa.
Ou seja: um governo sofrível não significa necessariamente que a oposição seja boa. E não há nenhuma razão objectiva para que se pense hoje que a oposição de António Costa será melhor do que a de António José Seguro: pode ser diferente, mas “diferente” não significa “melhor”.
José Pacheco Pereira parte do princípio de que uma oposição populista (irracional: “populismo” significa o primado da irracionalidade na política) para derrotar um governo sofrível, é coisa boa.
Este frenesim revolucionário de José Pacheco Pereira, dos “amanhãs que cantam”, borram-lhe a pintura. Podemos trazer José Pacheco Pereira para fora da Revolução (como o Partido Social Democrata de Cavaco Silva fez), mas não poderemos jamais trazer a revolução para fora de José Pacheco Pereira. Por isso é que o anti-populismo de José Pacheco Pereira é populista.
Ficheiro PDF do texto de José Pacheco Pereira
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