quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Uma análise gayzista ao "papa Francisco"

 

O chamado "papa Francisco", através das suas intervenções públicas narcisistas, deu azo a interpretações desta índole. A ver vamos algumas ideias expressas no texto:

1/ a complementaridade entre o homem e a mulher baseia-se na estória da Bíblia de Adão e Eva; portanto, a ideia católica segundo a qual “o casamento é realizado entre um homem e uma mulher” é baseada em um mito bíblico. Este mito foi colocado em causa pelo "papa Francisco". Antes da existência da Igreja Católica, não existia o casamento natural (entre pessoas dos dois sexos): “o casamento heterossexual foi inventado pelo cristianismo”; é uma construção bíblica.

2/ “Na Igreja Católica, os relacionamentos são baseados na biologia” (sic).

3/ a noção católica de “complementaridade” (segundo alguns “teólogos”!) é reducionista. “No pensamento oficial da Igreja Católica, os relacionamentos são baseados na biologia e na genitália” (sic) — o que supõe que os defensores do "casamento" gay não baseiam o casamento na genitália: o "casamento" gay é uma espécie de “sexo dos anjos”.

4/ a Igreja Católica deveria conceber o casamento em função de “two people in love”, “e não simplesmente em função da sua genitália” (sic). Isto pretende, alegada- e subliminarmente, significar que, nos relacionamentos gay, não há qualquer influência da biologia e da genitália. Por outro lado, o casamento deveria também abranger quaisquer duas pessoas “in love”, por exemplo, dois irmãos ou duas irmãs, uma vez que a genitália não é importante (salvo quando é importante: não é importante, mas é importante, dependendo se se defende o "casamento" gay ou não).

francisco-ambiguo5/ “a complementaridade segundo a Igreja Católica tem sido utilizada para justificar papéis sociais restritivos da mulher” — aqui começa-se a tentar minar o conceito de “complementaridade biológica e natural” entendida em si mesma. Ou seja, a complementaridade é transposta da biologia e da natureza para ser utilizada em uma fundamentação de “uma cultura que limita a mulher”; “a biologia e a natureza são as culpadas pela restrição dos papéis sociais da mulher”, e a cultura cristã é apenas uma consequência da Natureza que é uma coisa má. Por isso, é necessária a negação da Natureza e da biologia em nome da “libertação da mulher” — porque, alegadamente, o problema não é cultural mas antes é, em primeiro lugar, biológico.

6/ quando o "papa Francisco" diz que “a criança tem o direito em crescer em uma família com um pai e uma mãe capazes de criar um ambiente adequado para o crescimento da criança e a realização da sua maturidade emocional” — em verdade (segundo o texto), “ele, o "papa Francisco" não quis dizer o que disse; as pessoas é que interpretam mal o que ele disse, porque o que o "papa Francisco" disse é que a criança merece crescer em ambientes apoiados”. Ou seja, “o "papa Francisco" não disse que teria necessariamente que ser uma mãe (mulher) e um pai (homem): parece que ele disse isso, mas ele não disse”.

7/ segundo o texto, “o "papa Francisco" não entende a ‘complementaridade’ como uma ideia simplista segundo a qual todos os papéis e relações dos dois sexos são fixos em um padrão estático e fixo”. E citaram o "papa Francisco":

“When we speak of complementarity between man and woman in this context, let us not confuse that term with the simplistic idea that all the roles and relations of the two sexes are fixed in a single, static pattern. Complementarity will take many forms as each man and woman brings his or her distinctive contributions to their marriage and to the formation of their children — his or her personal richness, personal charisma.”

Obviamente que, em primeiro lugar, a culpa é da habitual ambiguidade do "papa Francisco". O "papa Francisco" está-se a referir à complementaridade em um contexto da cultura antropológica, e não à biologia e/ou à natureza. Mas esta citação do "papa Francisco" é utilizada pelo lóbi político gayzista para colocar em causa — por parte da Igreja Católica do "papa Francisco" — a importância da natureza e da biologia na complementaridade das relações sexuais, no casamento e na educação das crianças.

8/ segundo o texto, “o "papa Francisco" entende a sexualidade humana é complexa e que resiste a uma fácil categorização”.

He understands that human sexuality is complex and that it resists easy categorization, which is why his lecture warns against simplistic, static, reductionistic ways of looking at it.”

Parte-se, em primeiro lugar, do conceito de “resistência a uma fácil categorização”, para se deduzir depois a assunção de uma negação de uma qualquer categorização.

Ou seja, não é possível classificar a sexualidade humana e enquadrar os seres humanos em função do sexo — excepto se o ser humano é gay: neste caso, já existe a categoria de “gay”. A partir do momento em que (no texto) a “categoria”, em função do sexo, é negada, não existe qualquer possibilidade de formação a priori do conhecimento sobre a sexualidade humana: o conceito de “sexo” passa a ser uma abstracção, e por isso deixa de ser um conceito científico propriamente dito.

E esta abstracção do conceito de “sexo” é entendida (no texto e atribuível ao "papa Francisco") como um sinal de “progresso”, por um lado, e por outro lado, “a noção de 'complementaridade' evolui”. De modo semelhante, também se poderia defender a ideia segundo a qual “a lógica evolui” para defender a sua antítese.

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