quarta-feira, 20 de maio de 2015

A Fernanda Câncio da Direita (também não é loira!)

 

«Há algumas gerações, os adolescentes machos andavam à pancada uns com os outros, e as raparigas arrancavam os cabelos umas às outras; e hoje matam pessoas. Por isso não me venham com a conversa de que ‘a juventude de hoje está perdida’ e que ‘antes o mundo era maravilhoso e agora está um descalabro’. Antes o mundo não era maravilhoso e agora não está um descalabro. Ou, se está um descalabro, pelo menos está menos do que costumava estar; por isso não me venham com a estória de que o mundo está condenado.

A adolescência é tempo de fazer disparates, por exemplo, violência em grupo e filmada para mais tarde recordar, atirar pedras e garrafas à polícia, matar o colega, etc.. São os disparates normais dos adolescentes; como disse Óscar Wilde, ‘experiência é o nome que damos aos nossos erros’; naturalmente que a experiência se constrói dando uma marretadas na cabeça de um puto e esmigalhando-lhe o pénis: é uma “experiência penal” (vem de pénis); nada de anormal na adolescência actual, ao contrário do que dizem as mentes serôdias e pessimistas.

Além disso, temos o exemplo dos adolescentes da revolução cultural chinesa ou dos adolescentes guerrilheiros do regime dos Kmers Vermelhos no Cambodja, ou ainda os adolescentes radicais do ISIS, que provam que os nossos adolescentes até nem são tão maus quanto pensam os Velhos do Restelo. Nós temos sempre que nivelar por baixo para saber o nosso valor, e por isso é que sou liberal. Se nos compararmos com a merda, sempre podemos chegar à conclusão e dizer que somos melhor que merda — o que nos enche o ego!

No caso do adolescente que cometeu o disparate singelo de matar um puto e de esmigalhar as partes pudibundas, a culpa é da mãe porque não impediu que o marido e pai morresse e a criança fosse educada sem pai. A culpa é da mãe que tinha que ir trabalhar e deixar o filho entregue a um sistema de ensino que não permite que se toque nos meninos nem como uma flor — porque os disparates dos meninos são normais.»

A Fernanda Câncio da Direita

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.