sábado, 13 de junho de 2015

A irracionalidade do politicamente correcto: o caso do professor Tim Hunt e a ciência como um ramo da política

 

Tim Hunt ganhou um prémio Nobel em 2001, salvo erro, em química. Durante uma conferência com estudantes universitários na Coreia, Hunt afirmou o seguinte:

“Let me tell you about my trouble with girls. Three things happen when they are in the lab: you fall in love with them, they fall in love with you, and when you criticise them they cry.”

(“Permitam que vos diga o meu problema com as raparigas. Acontecem três coisas quando elas estão no laboratório: eles apaixonam por elas, elas por eles, e quando são criticadas elas choram”).


¿Será que Tim Hunt afirmou que elas são intelectualmente inferiores? Será que ele disse que as mulheres não podem ser cientistas?

O leitor, por favor, soletre o que o professor Tim Hunt afirmou. S-o-l-e-t-r-e. No entanto, o irracionalismo politicamente correcto atacou Tim Hunt acusando-o de discriminar as mulheres, a ponto de o laureado com um Nobel pedir a demissão da universidade onde era professor honorário.

O que Tim Hunt afirmou é que eles e elas apaixonam-se no laboratório” — e que isso não é necessariamente bom para o trabalho científico. Ou, por outras palavras, para que os mais jovens entendam: fazer uma suruba no laboratório não é propriamente “investigação científica”.

Tim Hunt nunca disse que “a mulher é inferior ao homem no trabalho científico”. Poderia dizê-lo com propriedade e assertividade, baseando-se em factos históricos; mas não o disse. Pelo contrário, Hunt inclui o homem nas suas críticas: eles e elas apaixonam-se no laboratório. Naturalmente que disse que, depois de se terem envolvido emocionalmente com eles, “elas choram quando são criticadas no trabalho”.

O problema é o de saber se esta proposição — “elas choram quando são criticadas no trabalho” — é, em juízo universal, verdadeira ou falsa. Toda a gente sabe, que em juízo universal, a proposição é verdadeira, o que significa que a ciência, hoje, é um ramo da política, na medida em que um professor que diz a verdade é obrigado a demitir-se por dizer a verdade.

A ciência já não tem nada a ver com factos e com a verdade. A ciência é hoje, pura e simplesmente, um instrumento da política politiqueira. O Carlos Fiolhais que não se queixe.

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