quarta-feira, 1 de julho de 2015

A estupidez “filosófica” da Isabel Moreira

 

Uma pessoa tira um cursinho de Direito, auto-proclama-se “constitucionalista” graças ao nome público do paizinho, e passa automaticamente a ser líder de opinião política e me®diática. É o caso da Isabel Moreira.

“O lastro de Marx que me marca sem retorno, tão forte que faz de mim uma marxista, é a genialidade como contrapôs o progresso à natureza. A recusa de uma qualquer “ordem natural das coisas” e a defesa acérrima do progresso como antítese que espatifa a selva do acontecer como acontecer, ou do cada um por si, ou da não intervenção humana para mudar as suas condições, foi apresentada por Marx sem complacências.”

É BOM PORQUE NÃO É NATURAL

Parece-me que a Isabel Moreira não compreendeu Karl Marx. Karl Marx nunca contrapôs o “progresso”, por um lado, e “natureza”, por outro lado. Para Karl Marx, o conceito de “natureza” era concebido como “Estado de Natureza” e como sinónimo de “necessidade”. Ou seja, para Karl Marx, a oposição não era entre “natureza” e “progresso”, mas entre “Estado de Natureza” enquanto “necessidade”, por um lado, e “liberdade”, por outro lado.

A oposição marxista entre “necessidade” (ou Estado de Natureza) e “liberdade” serviu, durante muitos anos do curto século XX, para tentar definir uma ordem humana que seria estranha ao resto do universo. É neste sentido que podemos dizer que a visão marxista do universo se reduz ao mundo sub-lunar delimitado pelos satélites artificiais. Trata-se de uma visão anti-cósmica, e, por isso, gnóstica.

Para Karl Marx (via Engels), o “fim do reino da necessidade inaugurará o reino da liberdade”.

Segundo o marxismo, o Fim da História, ou seja, “a passagem do reino da necessidade ao reino da liberdade” (Engels, e não Karl Marx como diz a Isabel Moreira), será caracterizado pelo desaparecimento das necessidades oriundas da luta económica do homem contra o Estado de Natureza ou contra a necessidade (e não contra a Natureza enquanto tal). No entanto, Karl Marx admite que novas necessidades surgirão após esse Fim da História.

Mas, se é assim, teremos que admitir que é extremamente difícil saber o que significa “liberdade” — porque, neste caso, a liberdade passa a ser independente de qualquer princípio de causalidade: se a liberdade é independente de qualquer necessidade, segue-se que é impossível ter uma noção de “liberdade” que não seja puramente subjectiva e, portanto, anti-filosófica, anti-lógica e mesmo anti-científica.

Karl Marx via o “progresso” como uma lei da natureza.

E quando constatamos a existência de pessoas como a Isabel Moreira, verificarmos que basta uma geração de bárbaros para que o “progresso” vá pela pia abaixo. O conceito de “progresso como lei da natureza” define a estupidez da Isabel Moreira. Não me vou alongar sobre o delírio de Karl Marx, porque seria fastidioso para o leitor e para mim. Gosto pouco de falar sobre ideias de merda.


«O progresso económico como condição da igualdade, o progresso que recusa a lei do mais forte, por ter o mesmo substrato filosófico, é o mesmo que exige a ciência contra a “natureza”, os afectos e a sexualidade contra a “natureza da maioria”.»

Sinceramente, caro leitor, eu penso que Isabel Moreira deveria ser interditada; o problema é muito grave.

¿Como é que a ciência, que se funda na Natureza, pode ser “contra a Natureza”?!

isabel moreira-webA palavra “natureza” vem do latim “natura” e do verbo latino “nascor”, que significa “nascer”; e lembra-nos que a natureza é o que preexiste ao Homem: é aquilo que, na espécie humana, é espontâneo e natural.

Mas a Natureza Humana não se reduz ao conceito de “nascer”; a sociedade, a técnica, tudo o que resulta da actividade humana é (sempre foi, desde o aparecimento dos hominídeos) natural ao homem (faz parte da Natureza Humana segundo Aristóteles).

A natureza ocupa, para os seres naturais, a posição do artesão para os objectos fabricados.

Não existe tal coisa como uma posição do artesão contra a matéria-prima utilizada para fabricar os seus objectos. ¿Já imaginaram o artesão ser contra a sua obra de arte?!


A Isabel Moreira tem um raciocínio contraditório: por um lado, diz-se de esquerda, marxista, contra a necessidade (embora a favor do determinismo marxista, o que é uma contradição em termos), e progressista; por outro lado, assume uma mundividência cartesiana.

Segundo Descartes (mecanicismo) a ciência deveria organizar-se segundo as leis da técnica que é considerada “modelo da natureza”: os animais (incluindo o ser humano) são máquinas, as funções fisiológicas são análogas à acção de tubos, roldanas e molas... Esta concepção têm como corolário a ideia segundo a qual a natureza é inteiramente domável (cientismo): conhecer as suas leis é dominá-la, tal como o objecto técnico é dominado (mas a Isabel Moreira é contra o conceito de “domínio” !), para a colocar ao serviço dos interesses humanos.

Diz Descartes : “poderíamos tornar-nos donos e possuidores da Natureza” (mas a Isabel Moreira é “ecologicamente pura”!). Para Descartes, apenas o Homem pode dominar a natureza porque conhece o determinismo das leis da natureza: ao mesmo tempo que reconhece e aceita o determinismo cartesiano, a Isabel Moreira recusa o determinismo cartesiano. Aquela criatura não pensa: diz umas coisas.

Assim como o nosso corpo já não se satisfaz com a simplicidade das coisas originalmente “naturais”, os nossos desejos afastam-se das verdadeiras necessidades e o nosso amor-próprio leva-nos a banir a igualdade da nossa vida social (Rousseau).

Ou seja, o conceito de Isabel Moreira de “igualdade” em função da “ciência contra a natureza”, mesmo que fosse válido, é auto-contraditório — porque o afastamento da simplicidade natural (Estado de Natureza) é a causa das desigualdades sociais (como reconheceu Engels).

Com “marxistas” deste calibre, Karl Marx deve andar às voltas na tumba.

Karl Marx dizia que “o utilitarismo é moral de merceeiro inglês”. O marxismo é incompatível com o utilitarismo da Isabel Moreira. A Isabel Moreira é uma contradição nos seus próprios termos; é uma caricatura dela própria; mas os me®dia dão-lhe toda a atenção do mundo.


A ler: Publicação dramaticamente reaccionária. Chega-se a invocar a natureza.

2 comentários:

  1. "Sinceramente, caro leitor, eu penso que Isabel Moreira deveria ser interditada; o problema é muito grave."

    Eu acho é que ela devia de ser internada!

    E de preferência no Júlio de Matos!

    ResponderEliminar
  2. À margem:

    Veja aqui o nível dos ataques de que eu fui alvo por parte de neonazis:

    http://nonas-nonas.blogspot.pt/2015/06/os-bombardeamentos-criminosos-civis.html

    Que eu já sabia que essa gente era estúpida era um dado adquirido, não esperava é que essa gente descesse tão baixo e sofresse de um nível de demência tão profundo.

    Até a minha avó que tem quase 90 anos e sofre de Alzeimer, tem uma capacidade de raciocínio melhor que o dessa gente...

    ResponderEliminar

Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.