sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Eu não assinei esta petição

 

“Sendo Portugal constitucionalmente um estado laico, não se afigura legal que estejam envolvidos dinheiros públicos num projecto que prevê a construção de um complexo que integra um templo religioso. No entender dos signatários, tal situação configura um favorecimento do Islamismo (que, como se sabe, nem sequer é a religião da maioria dos portugueses) em relação às outras religiões.”

Contra a construção de mais uma mesquita em Lisboa


A petição é apoiada pelo PNR. Não a assinei e explico por quê.

A razão por que se pode estar contra a construção de uma nova mesquita em Lisboa não tem nada a ver com o “Estado laico”, porque a construção da nova mesquita não é financiada pelo Estado. Exactamente por que o Estado é laico, a mesquita pode ser construída com o financiamento de privados e da sociedade civil em geral — porque o Estado laico não se mete na vida das instituições da sociedade civil. Portanto, o argumento do “Estado laico” contra a construção da nova mesquita é um tiro no pé.

Existem dois tipos de razões objectivas por que se pode estar contra a construção da nova mesquita de Lisboa.

1/ uma mesquita não é um mero templo religioso.

Uma mesquita é um instrumento de acção política do Islamismo enquanto principio de ordem política. O Islamismo não é uma religião como as outras: é um princípio de ordem política. Uma mesquita afirma o território da soberania da ordem política islâmica que substitui o Estado de Direito pela Sharia.

2/ Portugal tem uma cultura e uma civilização próprias.

Independentemente de o Estado ser laico ou não, é um facto que Portugal tem uma cultura e uma tradição cristãs; e desde os seus primórdios, o Cristianismo separou o Estado, por um lado, da religião, por outro lado. Existe no Cristianismo primordial a ideia da separação do Estado e da religião — e por isso é que se tornou possível o Estado de Direito na Europa. Ora, esta ideia da separação do Estado e da religião não existe no Islamismo.

A construção de novas mesquitas em Portugal, para além da afirmação do território político islâmico que nega o Estado de Direito, é um atentado à cultura e à tradição portuguesas.

4 comentários:

  1. «A construção da nova mesquita não é financiada pelo Estado.»

    É financiada pela CML, que vai pagar 1,5 milhões de euros só em expropriações!

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    1. Vamos partir do princípio de que é verdade que a Câmara Municipal de Lisboa vai pagar 1,5 milhões de Euros em expropriações. Ainda assim, o argumento do 'Estado laico' não é válido, porque a terceira mesquita de Lisboa poderá ser construída sem qualquer dinheiro do Estado.

      O argumento que você está a utilizar é o seguinte:

      “Lisboa pode ter 1.000 mesquitas, desde que o 'Estado laico' não entre com dinheiro”.

      Meu argumento é o seguinte:

      “Uma mesquita em Lisboa já é suficiente — com o apoio do 'Estado laico' ou sem ele”.

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  2. E há até quem garante que a CML financiará a própria construção da mesquita:

    http://ocorvo.pt/2015/01/28/praca-da-mouraria-e-nova-mesquita-avancam-assim-que-terreno-esteja-livre/

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    1. ¿Mas alguém acredita que, com o dinheiro disponível nos países árabes islâmicos (Arábia saudita, Dubai, etc.), o 'Estado laico' vai gastar 1 cêntimo com a nova mesquita?!

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