quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O golpe-de-estado em nome da democracia representativa

 

o-monhe-das-cobras-webImaginemos este cenário: um determinado partido político (ou força política) elege 115 deputados, ou seja, está a um deputado da maioria absoluta no parlamento.

quem diga que essa força política não tem necessariamente legitimidade para formar governo, alegadamente porque “muita gente julga — erradamente — que as eleições legislativas servem para eleger um governo, automaticamente escolhido por quem 'ganha'”. É este o argumento de quem perdeu as eleições no terreno de jogo e quer ganhá-las na secretaria.

No caso da coligação Partido Social Democrata / CDS/PP, está a 9 deputados da maioria absoluta. Naturalmente que 9 deputados não é a mesma coisa que 1 deputado; mas o que está em causa é um princípio de legitimidade política.

Estou à vontade para falar porque desanquei aqui desalmadamente em Passos Coelho nos últimos quatro anos.

Dar ao Partido Socialista o governo é um golpe-de-estado, como bem diz Manuela Ferreira Leite. Perante este golpe-de-estado, falar em “democracia representativa” é uma falácia. A democracia representativa não é o que a classe política, em geral, quer e lhe dá na real gana: ou a democracia representativa tem uma lógica interna e uma tradição, ou é nada.

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