Imaginemos este cenário: um determinado partido político (ou força política) elege 115 deputados, ou seja, está a um deputado da maioria absoluta no parlamento.
Há quem diga que essa força política não tem necessariamente legitimidade para formar governo, alegadamente porque “muita gente julga — erradamente — que as eleições legislativas servem para eleger um governo, automaticamente escolhido por quem 'ganha'”. É este o argumento de quem perdeu as eleições no terreno de jogo e quer ganhá-las na secretaria.
No caso da coligação Partido Social Democrata / CDS/PP, está a 9 deputados da maioria absoluta. Naturalmente que 9 deputados não é a mesma coisa que 1 deputado; mas o que está em causa é um princípio de legitimidade política.
Estou à vontade para falar porque desanquei aqui desalmadamente em Passos Coelho nos últimos quatro anos.
Dar ao Partido Socialista o governo é um golpe-de-estado, como bem diz Manuela Ferreira Leite. Perante este golpe-de-estado, falar em “democracia representativa” é uma falácia. A democracia representativa não é o que a classe política, em geral, quer e lhe dá na real gana: ou a democracia representativa tem uma lógica interna e uma tradição, ou é nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue não são permitidos comentários anónimos.