sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O José Pacheco Pereira e o conceito marxista cultural de “tolerância repressiva”

 

« Doutor Pacheco Pereira, ouvi-o há pouco na Quadratura do Círculo em choque com a linguagem vernacular usada para descrever a sacrossanta esquerda, área conhecida pelo rol de intelectuais com eloquência para arrasar com os calceteiros da direita, essa cambada de incultos para com as bondades virginais das soluções que a esquerda una tem para o nosso santo país. Estou solidário com esta denúncia e gostaria de expressar que a culpa é de quem lançou o “manso é a tua tia” para a discussão parlamentar: desde então tem sido esta desgraça. Uma pessoa vai ao talho e ouve coisas terríveis sobre a mãe do António Costa, coitada; ouvem-se até coisas sobre si, doutor Pacheco Pereira, mas não tantas como sobre o doutor Costa, admito, para mágoa de ambos.

Sinceramente, eu metia-os a todos no Campo Pequeno, que era para aprenderem a escrever nos blogues de acordo com o códice de Abrantes: porque desde Abrantes ninguém escreve como dantes.»

Bandalhos, não sejam malcriados, seus estupores

Eu já não vejo o programa Quadratura do Círculo, porque com a chegada do Jorge Coelho aquilo parece um monólogo de um surdo. Deviam colocar os discursos do Jorge Coelho nas celas solitárias das prisões.

jpp-marxMas, por aquilo que conheço do José Pacheco Pereira, acredito que ele esteja “em choque com a linguagem vernacular usada pela direita para descrever a sacrossanta esquerda” — até porque o vernáculo, alegadamente, não faz parte da língua portuguesa: por isso é que ele não o utiliza, porque ele tem à Esquerda quem o faça por ele.

O princípio que orienta o José Pacheco Pereira é o da tolerância repressiva segundo o marxista Herbert Marcuse: “tudo o que vem da Esquerda é bom (incluindo a linguagem vernacular); e tudo o que vem da Direita é mau (mesmo que não seja vernáculo)”.

A tolerância em relação à Esquerda desculpa tudo, até a violência dita “revolucionária” (“coitadinho do crucudilú!”), e a intolerância em relação à Direita assenta na oposição violenta em relação às instituições da civilização e à oposição ao socialismo.

A liberdade de expressão (segundo o conceito de tolerância repressiva) não é coisa boa porque permite a propagação do erro — Marcuse e o José Pacheco Pereira têm o monopólio da verdade; e acreditam que o "telos" da tolerância é a verdade (deles): a minoria revolucionária (os Pneumáticos modernos) é dona da verdade, e a maioria (os Hílicos modernos) tem que ser libertada do erro e reeducados na senda da verdade pelos novos Pneumáticos. A minoria revolucionária tem o direito natural de reprimir as opiniões rivais que causam danos.

Quando o José Pacheco Pereira não tem razão, não discute as ideias: prefere sublinhar a “linguagem vernacular” dos novos Hílicos que têm que ser reeducados na senda da verdade.

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