segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A Elisabete Rodrigues e o mimetismo cultural do assassinato doméstico

 

¿Já reparou, o leitor, que raramente aparecem nos me®dia estatísticas sobre suicídios? ¿E por quê? Uma das razões — se não a principal — é a de que publicação de estatísticas de suicídios induz a um comportamento mimético (mimetismo cultural). Quanto mais se noticiam suicídios, mais suicídios ocorrem.

As últimas estatísticas publicadas em Espanha sobre o suicídio revelam que, em 2013, suicidaram-se 3.870 pessoas, e destas, 2.911 homens e 959 mulheres. Falamos de mais de mais de 10 mortes por dia, sem que saibamos ao certo as causas.

E notem que o número de homens que se suicida é muitíssimo superior ao de mulheres; e a estatísticas espanholas dizem também que a percentagem de homens que se suicidam em função do divórcio, cuja legislação beneficia as mulheres, é relativamente grande: muitas vezes, o divórcio tira-lhes a casa, os filhos, o salário, e a dignidade com falsas acusações que os estigmatizam para toda a vida.

¿Por que razão a estatística dos assassínios de mulheres perpetrados pelos respectivos maridos não é alvo de um tratamento noticioso mais cuidadoso?

A única ideia que me ocorre é a de que o que se pretende é que o fenómeno cultural mimético da violência doméstica mortífera prolifere na cultura antropológica — porque, não há razão para que se tenha cuidado com os números do suicídio, e não se tenha a mesma preocupação com os números dos assassinatos domésticos.

Perante isto, a Elisabete Rodrigues tinha que vir à tona falar das 35 mulheres que foram assassinadas em Portugal, em 2014, pelos respectivos companheiros. Este discurso nos me®dia é recorrente; os me®dia não se preocupam com o mimetismo cultural: querem é vender jornais, nem que seja à custa de mais mortes. Ademais, a política correcta não se preocupa com as causas do fenómeno; e ao quererem transformar a mulher em vítima endémica, nada mais fazem do que piorar o estatuto da mulher na cultura antropológica.

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