sábado, 5 de novembro de 2016

O determinismo soteriológico do Calvinismo e da gnose da Antiguidade Tardia

 

Acerca deste verbete, um leitor colocou a seguinte pergunta:

¿Você poderia explicar melhor por que a predestinação calvinista tem orientação gnóstica?


Os leitores deste blogue, em geral, terão já notado que o blogue não sofre actualizações diárias, como acontecia ainda há pouco tempo. E uma das razões deste semi-abandono do blogue é a dificuldade em fazer subir o nível de complexidade dos assuntos tratados: chegamos a um ponto em que nos tornamos incompreensíveis ou ininteligíveis.


Para responder a esta pergunta, eu teria que dizer o que é a “predestinação calvinista”; e depois dizer o que é a “gnose”. E depois, estabelecer paralelos ideológicos entre uma coisa e outra. ¿Estão a ver a trabalheira?

Podemos resumir a coisa assim: na gnose da Antiguidade Tardia, a salvação do indivíduo também estava pré-determinada por Deus:

“Os gnósticos da Antiguidade Tardia formaram seitas iniciáticas assentes na distinção radical entre os chamados Hílicos (a escória da humanidade, ou profanos, ou não-convertidos), por um lado, e por outro lado os chamados Pneumáticos (os possuidores do Espírito Santo). Apenas para os Pneumáticos havia a possibilidade hic et nunc de salvação, ao passo que os Hílicos estavam, à partida, destinados à morte espiritual (determinismo da salvação)”.

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