sábado, 24 de dezembro de 2016

O Anselmo Borges é um muito optimista

 

politicamente-correcto-grafico-300-webA definição de politicamente correcto: é uma doutrina promovida por uma minoria ilógica e desfasada da realidade (psicótica), e radicalmente propagandeada pelos me®dia sem escrúpulos, que defende o princípio segundo o qual é perfeitamente possível agarrar um cagalhão pela sua parte mais limpa.

Ora, pretender agarrar um cagalhão pela sua parte mais limpa é ser muito optimista.

E o Anselmo Borges, nas suas crónicas no Diário de Notícias, não tem feito outra coisa senão ser muito optimista: tem sido muito optimista em relação à revolução do papa Chiquito, por exemplo; e para poder agarrar o cagalhão pela sua parte asséptica, o Anselmo Borges reinterpreta a realidade de forma heterodoxa: por exemplo, quando diz que Deus quis “ser aquele que está connosco na história da libertação” (¿do capitalismo?!), em vez de ser aquele que disse a Moisés: “Eu sou Aquele que sou” (O “Ser Intemporal”, a “Ordem do Ser que inclui o Não-Ser”).

O Anselmo Borges olha para um pau e vê uma pedra preciosa. É muito optimista. É tudo uma questão de interpretação da realidade; ou “voando sobre um ninho de cucos”. Por exemplo, quando compara Sócrates e S. Paulo:

“(…) de facto, segundo o filósofo grego Sócrates, por exemplo, "ninguém é mau voluntariamente", mas São Paulo queixa-se, porque "faço o mal que não quero e não faço o bem que quero". Portanto, fazer o mal depende só da ignorância ou também, e sobretudo, da vontade má?”

O que Sócrates quis dizer é que ninguém faz o mal pelo prazer de fazer o mal (a não ser que tenha perdido a razão e necessite de ser interditado): mesmo quem faz o mal aos outros, fá-lo para o seu próprio bem — e portanto, há sempre uma faceta positiva no negativo (o não-ser paz parte do Ser: “Eu Sou Aquele Que Sou”).

Assim interpretado correctamente, Sócrates não está em contradição com S. Paulo. Mas o Anselmo Borges, à semelhança do politicamente correcto, especializou-se em encontrar contradições onde elas não existem, para assim convencer toda a gente (através da estimulação contraditória) a pegar na parte mais limpa do cagalhão.

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