A carraça dispõe de um vago sentido da luz que a leva a subir os ramos dos arbustos no sentido da luminosidade crescente, portanto, até à ponta do ramo. Uma vez chegada ali, a carraça socialista (passo a redundância) fica imóvel, se for necessário, durante anos a fio — à espera do cheiro do ácido butírico, o único sinal químico que ela é capaz de registar. Quando surgir este sinal, a carraça deixa-se cair, e tem boas hipóteses de acabar sugando o sangue de um animal até se encher: deste modo, a carraça socialista cumpre todas as tarefas necessárias como requisito para a sobrevivência da sua espécie.
A biologia ensina-nos que a consciência é a consequência da mobilidade: devido à mudança de posição, um ser vivo tem de reagir mais rapidamente ao seu ambiente. O mesmo acontece com o socialista, no seu esforço de mobilidade rumo ao Poder: a evolução criou, no socialista, o cérebro que lhe garante o discernimento dado pela mobilidade.
Porém, logo que o socialista chega ao Poder, acontece-lhe o mesmo que ao fungo marítimo Porifera: ele está fixado, sem cérebro, a uma rocha, libertando, na reprodução, um pequeno ser vivo parecido com um peixe com cérebro; e este procura um bom lugar para se fixar. De seguida, logo que se agarra a um bom lugar, o socialista come o seu cérebro, visto que já não precisa dele para se movimentar em direcção ao Poder.
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