Segundo este “liberal”, “um democrata-cristão não é um liberal clássico” :
«Quanto à democracia-cristã alemã, há que ter em conta que os seus dois nomes maiores – Konrad Adenauer e Ludwig Erhard – eram, sobretudo o segundo, verdadeiros liberais clássicos, influenciados pelo pensamento austríaco de Menger e Mises, graças ao que a reconstrução alemã foi um êxito. Por isso, ser hoje «democrata-cristão» à alemã só pode significar uma coisa: ser liberal.»
O burro confunde Menger e Mises (coloca os dois no mesmo saco; e chama a isso “liberalismo clássico”) — como se o Marginalismo de Menger estivesse directamente ligado à escola económica escocesa a que se convencionou chamar de “liberalismo clássico”. É este tipo de asno que faz opinião em Portugal.
Ademais, o burro ignora que os princípios económicos basilares o chamado “liberalismo clássico” já existiam desde finais do século XVI, em Espanha e com a contra-reforma católica, nomeadamente com o clérigo católico Francisco Suárez (1548-1617), entre outros intelectuais católicos.
A originalidade da “escola escocesa” (o chamado “liberalismo clássico”) consistiu em reunir as teorias económicas esparsas previamente existentes (desde o espanhol Suárez até ao Boisguilbert e aos fisiocratas franceses) e transformá-las em doutrina sob a influência da filosofia do escocês David Hume — por exemplo, com Adam Smith (1723-1790).
Carl Menger não é “liberalismo clássico”. Carl Menger é Marginalismo.
A principal razão por que o CDS caiu no abismo foi correctamente diagnosticada pela Helena Matos em um recente artigo — a despolitização da Direita: ou seja, a redução de toda a realidade (incluindo a realidade política) à teoria económica marginalista (é isto que o burro defende). Mas nem os artigos dos seus colegas de blogue consegue ler!
Afirmar que a democracia-cristã não defende os princípios económicos do “liberalismo clássico”, não lembra ao careca. Só pode vir de um grande asno.
Para o burro, ser “liberal” é defender um modelo de sociedade onde o direito às preferências arbitrárias só é limitado por um contrato de compra e venda livremente negociado entre as partes (ou seja, “vale tudo, até arrancar olhos!”); mas o “liberalismo clássico” não defende isso: basta verificarmos que a teoria económica de Adam Smith está imbuída de uma ética claramente cristã, que por isso não é utilitarista (no sentido de “utilitarismo” dado por Bentham que foi um dos precursores do socialismo).
Na teoria económica de Adam Smith, não há o “cálculo de prazeres” típico do utilitarismo, nem mesmo no plano económico.
Não sei qual é a confusão naquela cabeça asnil que faz com que a democracia-cristã seja por ela considerada “anti-capitalista”. Aconselho o asno a ler “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, de 1905, de Max Weber. Aprende burro!
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