A Cristina Miranda escreve aqui um texto que merece atenção, nomeadamente logo o trecho de abertura:
“O que resta hoje [do jornalismo] são estruturas de activismo político disfarçadas de informação, a operar em conluio ideológico e com objectivos que pouco ou nada têm a ver com a busca da verdade.”
O problema é que não podemos atribuir a responsabilidade apenas aos jornalistas e às respectivas chefias das Redacções. Os jornais têm dono — como escreveu G. K. Chesterton na década de 1920 do século passado:
“A principal característica da governança moderna é a de não sabermos quem governa “de facto” — mais do que “de jure”.
Vemos os políticos, mas não os seus mentores; e ainda menos vemos os mentores dos mentores; ou (o que é ainda mais importante), não vemos o banqueiro do mentor.
Lemos a notícia sem ver o editor, menos vemos o proprietário do jornal, e ainda menos vemos o grupo financeiro (provavelmente estrangeiro) que realmente fornece e apoia o proprietário.
O anonimato, que anda muito próximo da anarquia, marca a nossa época com uma espécie de enorme negação. Os homens têm especulado muito sobre o nome pelo qual o nosso tempo vai ficar na História, mas eu penso que será a Idade Sem Nome.”
Os jornalistas radicais de Esquerda — por exemplo, o Daniel Oliveira do semanário Espesso — escrevem e reflectem nos jornais as suas ideias mais extremistas porque têm o apoio dos donos (ditos “liberais”) dos me®dia, como foi o caso do Chico dos Porsches.
O mundo liberal trata diferentemente os seus inimigos: vomita nos da Direita e absorve os da Esquerda; Pinto Balsemão não fez outra coisa senão isto.
Como afirmou Che Guevara em um discurso da ONU,
“Fusilamientos, sí. Hemos fusilado. Fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario. Nuestra lucha es una lucha a muerte.”
Para a Esquerda radical (Partido Comunista, Bloco de Esquerda, LIVRE, e uma determinada facção do Partido Socialista, como por exemplo António Mendonça Mendes, Isabel Moreira, Pedro Delgado Alves, Mariana Vieira da Silva, Alexandra Leitão, etc. ), Che Guevara está bem presente: a luta política é uma luta de morte; e os liberais (e os seus banqueiros) já aderiram à causa.
Não podemos esquecer que Pinto Balsemão fundou o canal de televisão SIC com financiamento garantido por altos dignitários do grupo de Bilderberg.
Mas — perguntaria o leitor — ¿como é que podem existir banqueiros “liberais” que apoiam e financiam a Esquerda radical?
A resposta a esta pergunta reside mutatis mutandis no conceito de “Grupo dos Trezentos”, de Fernando Pessoa [não esquecer que Fernando Pessoa tinha ascendência judia, por isso era insuspeito para falar deste assunto]. Não devemos esquecer que o regime comunista de Estaline foi financiado por Henry Ford (e pelos seus banqueiros) muito antes do inicio da II Guerra Mundial.
Em bom rigor, devemos distinguir entre o “liberalismo progressista”, que foi fundado em Inglaterra pelo Utilitarismo no fim do século XIX, e o “liberalismo tradicional” que se extingue com o triunfo cultural do Utilitarismo de John Stuart Mill — o mesmo Utilitarismo que Karl Marx dizia que era “uma moral de merceeiro inglês”, e que hoje é plenamente adoptado pela Esquerda portuguesa (Partido Comunista, Partido Socialista, LIVRE, Bloco de Esquerda e PAN).
Hoje temos uma luta de morte; mas não é só contra a Esquerda radical: é também contra o liberalismo dito “progressista” que apoia o extremismo totalitário.