quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O “determinismo biológico” pretende fundamentar um novo tipo de totalitarismo

 

Assistimos hoje, de uma forma generalizada, ao argumento do determinismo biológico para justificar, do ponto de vista ético, os mais variados comportamentos.

O ser humano está a ser reduzido, pelas elites políticas e culturais, a um animal irracional, através da ideia segundo a qual a “pessoa já nasceu assim” e, portanto, está desculpado o seu comportamento. Segundo esta visão do ser humano e da sociedade, o ser humano não é livre (não tem livre-arbítrio); e partindo do princípio de que o ser humano não é livre, todas as mundividências totalitárias (em que existe uma minoria que se considera “livre” e “iluminada”, em contraposição à maioria que não é) estão automaticamente justificadas.

A justificação de todos os comportamentos à luz do determinismo biológico (que, na maior parte dos casos, não existe!) não é só característica da Esquerda: também a Direita liberal, que seguiu e adoptou o Marginalismo, acaba por dar razão à Esquerda na retirada do livre-arbítrio ao ser humano, porque, segundo os liberais, o desejo subjectivo da pessoa justifica qualquer tipo de comportamento desde que não vá contra a lei.

Portanto, a única coisa que a Esquerda tem que fazer, para controlar a Direita liberal, é mudar sistematicamente as leis no sentido da afirmação crescente da subjectividade individual, para que a Direita liberal se sinta mais confortável em relação à justificação ética dos mais abstrusos desejos e subjectividades do cidadão. Ou seja, a Esquerda e a Direita liberal trabalham no mesmo sentido: o de erradicar do ser humano a noção de liberdade propriamente dita, que corresponde à noção de livre-arbítrio.

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