quinta-feira, 6 de março de 2014

O estrabismo político de José Ribeiro e Castro

 

“Primeiro, mesmo que a Rússia detecte forças "nacionalistas" a movimentarem-se na cena ucraniana, isso não é de todo da sua conta. A Ucrânia é para os ucranianos decidirem; e, não havendo qualquer ameaça de ataque ou invasão à Rússia, não há o menor fundamento para qualquer intervenção ou ingerência russa nos desenvolvimentos políticos internos da Ucrânia.”

estrabicoOu seja, “a Ucrânia é para os os ucranianos decidirem” mas sob a tutela de uma potência que não seja a Rússia. Tudo menos a Rússia — mesmo que exista uma minoria russa na Ucrânia que se sinta ameaçada pelo novo regime surgido de um golpe-de-estado. Essa minoria étnica deve ir, segundo José Ribeiro e Castro, para a bardamerda.

“Segundo, as novas autoridades ucranianas têm de dar mostras de legitimidade democrática, o mais depressa possível. Isto é, têm de agir, com respeito pelas minorias e por adversários, assegurando a estabilização indispensável à realização das anunciadas eleições presidenciais em 25 de Maio próximo. E que estas sejam democráticas e livres, com todas as garantias às diferentes correntes políticas internas.”

Os Estados Unidos subsidiam um golpe-de-estado na Ucrânia, e o José Ribeiro e Castro fala de necessidade de “legitimidade democrática” dos golpistas. Desta vez não temos uma Primavera Árabe promovida pelos Estados Unidos, mas antes um Inverno Eslavo. E José Ribeiro e Castro bate palmas.

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