domingo, 12 de outubro de 2014

A Nova Teologia marcou e definiu a Teologia da Libertação

 

O Padre Paulo Ricardo escreve aqui sobre a Teologia da Libertação, mas não se referiu ao papel fundamental exercido pelo Existencialismo (Heidegger) e pela Nova Teologia: Bonhoeffer, Karl Bach, Rudolfo Bultmann, etc.. 1

O assunto é complexo, mas foi por aqui que se iniciou a Teologia da Libertação — não na América Latina onde chegou anos mais tarde com a assimilação do marxismo proveniente da revolução cubana, mas no concílio do Vaticano II com aquilo a que se chamou de “protestantização da Igreja Católica”.

Os três homens que citei acima fizeram pior ao Cristianismo em geral, e ao catolicismo em particular, do que todos os marxistas juntos de todos os tempos; e as suas ideias marcaram o Concílio do Vaticano II.

E quando ouvimos o cardeal Bergoglio — aka Francisco I — falar, apercebemo-nos que embora ele rejeite a vertente marxista da Teologia da Libertação, não enjeita a vertente da Nova Teologia que também enformou a Teologia da Libertação no seu início e ainda hoje.

A Teologia da Libertação não é apenas um fenómeno sócio-cultural da América do Sul! Começou na Europa, embora com outro nome: a Nova Teologia.

O que eu pretendo dizer é o seguinte: a influência marxista na Teologia da Libertação surgiu marcadamente na década de 1960, ao passo que a origem ideológica da Teologia da Libertação reside na Nova Teologia que já vem de antes da II Guerra Mundial. A incorporação do marxismo na Teologia da Libertação é apenas uma das duas interpretações possíveis dessa corrente ideológica. Por exemplo, não podemos afirmar com certeza que o Frei Bento Domingues seja marxista, mas podemos dizer acertadamente que ele é um prosélito ou herdeiro ideológico de Bonhoeffer.

Nota
1. Sobre este tema ler o §864 da História da Filosofia de Nicola Abbagnano.

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