segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

As análises (políticas) femininas

 

Reparem nesta análise política da jornalista Teresa de Sousa. Há excepções que confirmam a regra, mas em geral a análise feminina é, por um lado, sinuosa e tão abrangente que consegue meter o universo inteiro em uma folha A4; e, por outro lado, é uma espécie de “introdução geral” segundo o conceito de António Sérgio:


Women“Liga-se a este culto a sabichice estreme o portuguesíssimo apego às introduções gerais. Sempre que um típico intelectual lusitano tem por mira instruir-nos sobre determinado assunto — embrenha-nos na selva de uma introdução genérica, histórico-filosófico-preparatória, cheia de cipoiais onde se nos enreda o espírito e onde nunca se avista a estrada recta e livre.

Depois, quando já nos achamos cerca da orla da floresta, principiando-se a enxergar o bom caminho e o objectivo — pronto!, acaba-se o fôlego ao nosso autor e a nós próprios, exactamente no instante em que se ia abordar o tema.”

A “introdução geral” da Teresa de Sousa serve para disfarçar um facto insofismável: Portugal não tem um Estado de Direito.

A principal razão por que Portugal não sai da “cepa torta” é a de que não existe um Estado de Direito de facto. E são os próprios jornalistas que servem as elites deste Não-Estado-de-Direito, os primeiros a branquear a situação. E quando o Estado de Direito, na sua insipiência, emite qualquer vagido, clama-se a terreiro que “a Justiça é injusta”; parece que a função da Justiça é a de validar o Não-Estado-de-Direito: e é esta gente que se diz “anti-fascista”.

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