quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Rolando Almeida e o Natal dos seus alunos

 

“Será moralmente correto matar o perú para a noite de natal? E mentir sobre o pai natal?”

Filosofia e Natal, por Rolando Almeida


“Peru” não tem acento; noite de “Natal”, assim como “Pai Natal”, escrevem-se com maiúsculas porque são nomes: “Pai Natal” é o nome próprio do homenzinho de barbas brancas que supostamente desce pelas chaminés na noite de Natal — e aquela noite, em particular e não outra noite qualquer, tem um nome: é a noite de Natal.

Os nomes escrevem-se com maiúsculas. Por exemplo, noite de S. João, ou noite de S. António; ou noite da Consoada que é própria da noite de Natal, em que as famílias comem uma consoada especial, com peru e tudo; ou dia de Carnaval (que é um dia específico e próprio) que é a Terça-feira do período do carnaval: ou ainda, noite de Natal.

Para quem escreve “correto” em vez de “correcto”, seria bom que os professores de filosofia começassem a escrever correctamente português.

De resto, o cinismo da criatura não tem classificação possível. Contar uma estória de fadas, ou uma outra do Pai Natal, é “mentir”; despertar a imaginação das crianças é “incentivar a mentira”. E em vez de comer peru na ceia de Natal, deveriam comer favas ou coisa parecida — porque o “natal” não deveria porventura existir. O problema não é a morte do peru: em vez disso, é a merda do “natal”.

E depois — claro está! — reduz o Natal ao peru que não deveria ser comido. A metafísica do Natal, que o Rolando Almeida passa para os seus alunos, é um peru e as “mentiras sobre o pai natal”.

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