sábado, 2 de maio de 2015

Júlio Machado Vaz e o machismo no Porto Canal

 

Ontem passei pelo Porto Canal e vi, mais uma vez, o curandeiro Júlio Machado Vaz a zurzir na religião revelada. Desta vez dizia que a culpa do machismo é do Génesis e da história de Adão e Eva.

julio machado vaz webOu seja, para Júlio Machado Vaz, a alegoria de Adão e Eva não é um efeito da realidade, mas antes é uma causa dela. Fica por explicar o machismo entre os índios americanos, por exemplo, que diziam que os homens cobardes eram parecidos a squaws; ou o machismo dos indianos, tanto hindus como budistas; o machismo dos incas, astecas, maias, dos índios da Amazónia, dos zulos da África do Sul, dos berberes antes do Islão, o machismo de Confúcio, o machismo do xintoísmo, etc..

Gente como Júlio Machado Vaz — que inclui, por exemplo, os naturalistas do Rerum Natura — tem duas características principais: primeira, fala muitas vezes do que não sabe e “arrota” amiúde “postas de pescada”. Segunda, tem um pensamento mágico característico das épocas anteriores às religiões reveladas; os nexos causais da Natureza são como “mágicos”, surgem sem uma razão suficiente e valem apenas por si.

E como o mundo se reduz a uma espécie de “magia moderna” sustentada por uma qualquer teoria sancionada pelo paradigma do Zeitgeist, a realidade tende a ser subjectivizada (tal como acontecia no neolítico). Através da subjectivização da realidade, esta é compartimentada, e a parte considerada como sendo o todo; e só assim se compreende que Júlio Machado Vaz defenda a ideia de que a culpa do machismo é do Génesis.

Se o Porto Canal colocar um contraditório com Júlio Machado Vaz, verificará que ele foge a sete pés. Quando quiserem acabar com o programa, sugiram o contraditório: Júlio Machado Vaz vai logo para casa fazer croché.

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