Aconselho o leitor1 a ver este vídeo de Boris Le Lay:
Boris Le Lay fala, nomeadamente, do mito da “igualdade”, que Boris Le Lay classifica como uma “psicopatologia de massas” e uma “nevrose totalitária”, e que consiste em confundir propositadamente “igualdade”, por um lado, e “identidade”, por outro lado. Já tenho falado aqui neste assunto.
De facto, na sociedade, os seres humanos podem ser iguais em direitos mas não serão nunca idênticos; mas não é esta a ideia que pretende fazer passar a Esquerda, em particular, e o politicamente correcto em geral.2
A confusão propositada entre igualdade e identidade pode ser verificada na Ideologia de Género, por exemplo, e implica uma pretensa intermutabilidade do cidadão1 , transformando-o em uma espécie de Kleenex.
Intermutabilidade do cidadão → “cidadão kleenex”.
Pega-se no cidadão, troca-se por outro, usa-se e deita-se fora — porque (alegadamente) “todos os cidadãos são iguais”.
O cidadão (a pessoa) é transformado em um mero instrumento de acção política: é concebido como um meio para a tomada do Poder, e não como um fim em si mesmo. Podemos verificar o conceito de “cidadão kleenex” na atitude do socialista António Costa, que pretende a qualquer custo (os fins justificam sempre os meios utilizados), e mesmo prejudicando o país, tomar o Poder.
A diferença entre as pessoas é vista, pela Esquerda, como uma hierarquia. E, para abolir a hierarquia, há que abolir as diferenças através da confusão entre igualdade e identidade.
Porém, o que me trouxe a publicar este vídeo é o realce que o Boris Le Lay dá à feminização da sociedade. Antes de mais, convém saber o que se quer dizer com “feminização da sociedade”.
A crítica à feminização da sociedade não significa que se critique o papel e a importância das mulheres na sociedade. Significa, em vez disso, uma crítica à “neutralidade de género” ou, melhor e correctamente dizendo, uma crítica à “neutralidade sexual”.
O conceito de “neutralidade sexual” decorre da confusão propositada entre igualdade, por um lado, e identidade, por outro lado, de que falamos acima. Os homens e as mulheres passam a ser intermutáveis — o que é um delírio!, um escape em relação à realidade. E tem como pressuposto, para essa “igualdade identitária”, uma pretensa masculinização da mulher; ou seja, trata-se de um pseudo-feminismo que podemos verificar, por exemplo, no blogue Jugular.
Sendo que a masculinização da mulher é o fundamento desta agenda política de controlo totalitário da sociedade, a feminização do homem e da sociedade são as consequências.
Este pseudo-feminismo parte de uma pseudo-masculinização da mulher para depois feminizar a sociedade — ou seja, não se trata de conceder à mulher direitos equitativos, mas antes trata-se de conceder à idiossincrasia feminina uma supremacia política e cultural.
A feminização do homem e da sociedade significa a auto-repressão e auto-censura do masculino, o que implica uma fragilização da sociedade que deixa de ter meios de auto-defesa. A feminização da sociedade conduz a uma sociedade fraca, incapaz de se defender de ataques externos — como podemos verificar, por exemplo, com a deferência europeia em relação à actual imigração islâmica em massa que é uma invasão em pequena escala.
Notas
1. Usque ad utriusque sexus
2. Ele há um politicamente correcto que se afirma “de Direita”
Essa questão da masculinização da mulher, eu me deparei nela pela primeira vez, salvo engano, em um parágrafo de Mulieris Dignitatem. Veja!
ResponderEliminarA masculinização das mulheres, Mulieris Dignitatem, n.10 §4
"Nos nossos dias a questão dos « direitos da mulher » tem adquirido um novo significado no amplo contexto dos direitos da pessoa humana. Iluminando este programa, constantemente declarado e de várias maneiras recordado, a mensagem bíblica e evangélica guarda a verdade sobre a « unidade » dos « dois », isto é, sobre a dignidade e a vocação que resultam da diversidade específica e originalidade pessoal do homem e da mulher. Por isso, também a justa oposição da mulher face àquilo que exprimem as palavras bíblicas: « ele te dominará » (Gên 3, 16) não pode sob pretexto algum conduzir à « masculinização » das mulheres. A mulher — em nome da libertação do « domínio » do homem—não pode tender à apropriação das características masculinas, contra a sua própria « originalidade » feminina. Existe o temor fundado de que por este caminho a mulher não se « realizará », mas poderia, ao invés, deformar e perder aquilo que constitui a sua riqueza essencial. Trata-se de uma riqueza imensa. Na descrição bíblica, a exclamação do primeiro homem à vista da mulher criada é uma exclamação de admiração e de encanto, que atravessa toda a história do homem sobre a terra."
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_15081988_mulieris-dignitatem_po.html
Mas, ao escrever esse texto, parece para o seu autor (João Paulo II), na época não estava claro, como hoje está, que a masculinização da mulher produz uma feminização da sociedade. Como deve haver um equilíbrio entre homem e mulher, masculino e feminino, essa masculinização das mulheres cria uma sociedade desequilibrada ou em desordem, sem ordem ou sem harmonia nas relações entre homens e mulheres. Como se diz aqui no Brasil, hoje em dia, as mulheres estão piores do que os homens.
Gostaria de partilhar mais um texto sobre a masculinização das mulheres e feminização dos homens. É um texto de um padre brasileiro que se dedica a causa pró-vida e pró-família, Pe. Lodi.
ResponderEliminarPara que servem as roupas?
http://www.providaanapolis.org.br/index.php/todos-os-artigos/item/464-para-que-servem-as-roupas
No final do texto, ele faz a seguinte citação:
“O feminismo trouxe, primeiro, a masculinização da mulher; depois, a feminização do homem; por fim, a bestialização de ambos”. (Dom Manuel Pestana Filho)