domingo, 25 de outubro de 2015

A feminização da sociedade

 

Aconselho o leitor1 a ver este vídeo de Boris Le Lay:

Boris Le Lay fala, nomeadamente, do mito da “igualdade”, que Boris Le Lay classifica como uma “psicopatologia de massas” e uma “nevrose totalitária”, e que consiste em confundir propositadamente “igualdade”, por um lado, e “identidade”, por outro lado. Já tenho falado aqui neste assunto.

De facto, na sociedade, os seres humanos podem ser iguais em direitos mas não serão nunca idênticos; mas não é esta a ideia que pretende fazer passar a Esquerda, em particular, e o politicamente correcto em geral.2 

A confusão propositada entre igualdade e identidade pode ser verificada na Ideologia de Género, por exemplo, e implica uma pretensa intermutabilidade do cidadão1 , transformando-o em uma espécie de Kleenex.

Intermutabilidade do cidadão → “cidadão kleenex”.

Pega-se no cidadão, troca-se por outro, usa-se e deita-se fora — porque (alegadamente) “todos os cidadãos são iguais”.

O cidadão (a pessoa) é transformado em um mero instrumento de acção política: é concebido como um meio para a tomada do Poder, e não como um fim em si mesmo. Podemos verificar o conceito de “cidadão kleenex” na atitude do socialista António Costa, que pretende a qualquer custo (os fins justificam sempre os meios utilizados), e mesmo prejudicando o país, tomar o Poder.

A diferença entre as pessoas é vista, pela Esquerda, como uma hierarquia. E, para abolir a hierarquia, há que abolir as diferenças através da confusão entre igualdade e identidade.


Porém, o que me trouxe a publicar este vídeo é o realce que o Boris Le Lay dá à feminização da sociedade. Antes de mais, convém saber o que se quer dizer com “feminização da sociedade”.

A crítica à feminização da sociedade não significa que se critique o papel e a importância das mulheres na sociedade. Significa, em vez disso, uma crítica à “neutralidade de género” ou, melhor e correctamente dizendo, uma crítica à “neutralidade sexual”.

O conceito de “neutralidade sexual” decorre da confusão propositada entre igualdade, por um lado, e identidade, por outro lado, de que falamos acima. Os homens e as mulheres passam a ser intermutáveis — o que é um delírio!, um escape em relação à realidade. E tem como pressuposto, para essa “igualdade identitária”, uma pretensa masculinização da mulher; ou seja, trata-se de um pseudo-feminismo que podemos verificar, por exemplo, no blogue Jugular.

Sendo que a masculinização da mulher é o fundamento desta agenda política de controlo totalitário da sociedade, a feminização do homem e da sociedade são as consequências.

Este pseudo-feminismo parte de uma pseudo-masculinização da mulher para depois feminizar a sociedade — ou seja, não se trata de conceder à mulher direitos equitativos, mas antes trata-se de conceder à idiossincrasia feminina uma supremacia política e cultural.

A feminização do homem e da sociedade significa a auto-repressão e auto-censura do masculino, o que implica uma fragilização da sociedade que deixa de ter meios de auto-defesa. A feminização da sociedade conduz a uma sociedade fraca, incapaz de se defender de ataques externos — como podemos verificar, por exemplo, com a deferência europeia em relação à actual imigração islâmica em massa que é uma invasão em pequena escala.

Notas
1. Usque ad utriusque sexus
2. Ele há um politicamente correcto que se afirma “de Direita”

2 comentários:

  1. Essa questão da masculinização da mulher, eu me deparei nela pela primeira vez, salvo engano, em um parágrafo de Mulieris Dignitatem. Veja!
    A masculinização das mulheres, Mulieris Dignitatem, n.10 §4
    "Nos nossos dias a questão dos « direitos da mulher » tem adquirido um novo significado no amplo contexto dos direitos da pessoa humana. Iluminando este programa, constantemente declarado e de várias maneiras recordado, a mensagem bíblica e evangélica guarda a verdade sobre a « unidade » dos « dois », isto é, sobre a dignidade e a vocação que resultam da diversidade específica e originalidade pessoal do homem e da mulher. Por isso, também a justa oposição da mulher face àquilo que exprimem as palavras bíblicas: « ele te dominará » (Gên 3, 16) não pode sob pretexto algum conduzir à « masculinização » das mulheres. A mulher — em nome da libertação do « domínio » do homem—não pode tender à apropriação das características masculinas, contra a sua própria « originalidade » feminina. Existe o temor fundado de que por este caminho a mulher não se « realizará », mas poderia, ao invés, deformar e perder aquilo que constitui a sua riqueza essencial. Trata-se de uma riqueza imensa. Na descrição bíblica, a exclamação do primeiro homem à vista da mulher criada é uma exclamação de admiração e de encanto, que atravessa toda a história do homem sobre a terra."
    http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_15081988_mulieris-dignitatem_po.html

    Mas, ao escrever esse texto, parece para o seu autor (João Paulo II), na época não estava claro, como hoje está, que a masculinização da mulher produz uma feminização da sociedade. Como deve haver um equilíbrio entre homem e mulher, masculino e feminino, essa masculinização das mulheres cria uma sociedade desequilibrada ou em desordem, sem ordem ou sem harmonia nas relações entre homens e mulheres. Como se diz aqui no Brasil, hoje em dia, as mulheres estão piores do que os homens.

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  2. Gostaria de partilhar mais um texto sobre a masculinização das mulheres e feminização dos homens. É um texto de um padre brasileiro que se dedica a causa pró-vida e pró-família, Pe. Lodi.
    Para que servem as roupas?
    http://www.providaanapolis.org.br/index.php/todos-os-artigos/item/464-para-que-servem-as-roupas
    No final do texto, ele faz a seguinte citação:
    “O feminismo trouxe, primeiro, a masculinização da mulher; depois, a feminização do homem; por fim, a bestialização de ambos”. (Dom Manuel Pestana Filho)

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