“A luta contra a pobreza deu origem, em alguns países, a um Estado-providência com uma enorme burocracia na assistência social e uma burocratização quase grotesca do sector médico e hospitalar, tendo como resultado evidente que apenas uma fracção das quantias afectadas à previdência social reverte a favor dos que dela necessitam.
Porém, ao criticarmos o Estado-providência — e devemos e temos de o criticar —, não podemos esquecer nunca que ele tem origem num pressuposto extremamente humanitário, e que uma sociedade disposta a fazer pesados sacrifícios materiais (e alguns sacrifícios inúteis) demonstra ter assumido com seriedade este princípio.
Uma sociedade disposta a fazer tais sacrifícios em nome de uma convicção moral tem também o direito de concretizar as suas ideias. A nossa crítica ao Estado-providência deve, pois, apontar o modo como essas ideias poderiam ser melhor executadas”.
→ Karl Popper, em uma conferência em Zurique, 1958
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