quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A eliminação do valor ético como estratégia política anti-humana

 

“Reduzir a filosofia à análise linguística equivale a supôr que só há pensamento alheio” — Nicolás Gómez Dávila

O Padre Nuno Serras Pereira escreve um artigo, publicado aqui, acerca dos “nomes” que a classe política — quase toda ela, incluindo membros do CDS/PP — dão às coisas. Vale a pena ler o artigo (ler aqui em ficheiro PDF). A classe política tende a desligar os adjectivos, por um lado, dos substantivos; ou melhor dizendo: tende-se a suprimir — através de novos conceitos, muitas vezes ligados ao linguarejar científico — a condição ontológica do ser humano.

“O maior erro moderno não é o anunciar que Deus morreu; antes, é crer que o diabo está morto.” — Nicolás Gómez Dávila

Por exemplo, o conceito de “embrião” é extensível a qualquer animal, no seguimento do darwinismo ideológico de Ernst Haeckel que defendeu a ideia segundo a qual a célula viva era uma coisa muito simples e que tinha surgido espontaneamente da lama.

Ora, se um peixe também se forma mediante um “embrião”, os naturalistas colocam (pelo menos implicitamente) o ser humano ao nível ontológico de um peixe. E por isso é que Peter Singer diz que um pessoa na sua fase embrionária é equivalente a um peixe; mas, por outro lado, Peter Singer diz que a morte de um peixe é um assassínio a sangue frio, contrastando com o homicídio na forma de aborto e com o assassínio de crianças nascidas que, para ele, são apenas formas de tratar seres que não são humanos.

Esta predisposição naturalista — e mesmo científica — contra a vida humana é difícil de explicar senão através de uma metafísica maligna e diabólica. Quem acredita que o diabo não existe deve apenas olhar para a realidade e para os factos: a cruzada ideológica contra a vida humana é diabólica.

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