quinta-feira, 3 de abril de 2025

André Ventura impedido por um tribunal de concorrer a eleições


Devido a uma multa de parqueamento que não foi paga, André Ventura foi condenado por um tribunal de primeira instância a pagar uma indemnização de 250.000 Euros à Câmara Municipal de Lisboa, e foi impedido pelo referido tribunal de concorrer a eleições por um período de cinco mil anos.

André Ventura anunciou que irá recorrer para o tribunal administrativo de Lisboa que já informou antecipadamente que o recurso será indeferido previamente a qualquer apreciação.

Entretanto, um porta-voz do Tribunal Constitucional fez saber que, em bom rigor, André Ventura deveria ser fuzilado por não ter pago a referida multa.



segunda-feira, 17 de março de 2025

domingo, 16 de março de 2025

segunda-feira, 10 de março de 2025

Eu peço desculpa aos leitores por ter apoiado politicamente Donald Trump


Confesso que fui enganado; ou deixei-me enganar. Acreditei que um homem de 78 anos não pudesse ter uma mentalidade de adolescente.



Como escrevi noutro artigo, Donald Trump tem uma concepção de soma zero das relações dos Estados Unidos com a União Europeia, Reino Unido, Canadá, México, entre outros países: é a noção de que a desgraça dos outros é sempre boa para os Estados Unidos (“pimenta no cu dos outros, é chupa-chupa para nós”).

Donald Trump pretende recuperar / reaver, para os Estados Unidos, a indústria deslocalizada dos Estados Unidos para países de produção mais barata (por exemplo, China, Indonésia, Malásia, México). Porém, a forma como Donald Trump pretende fazer essa recuperação da indústria é própria de um Estado pária e/ou terrorista: o governo de Donald Trump não é muito diferente do governo do Irão ou da Rússia. Explico por quê.

Donald Trump pretende:

1/ baixar muito significativamente o valor do dólar americano + impôr taxas aduaneiras;

2/ simultaneamente, manter o dólar (subvalorizado) como principal moeda mundial.

Baixar o substancialmente o valor do dólar é essencial para tornar competitivas as exportações americanas, fazendo com que os industriais americanos reinvistam na indústria dentro dos Estados Unidos, e acabando assim com as deslocalizações industriais (para a China, México, etc.). Ademais, Donald Trump pretende impôr taxas aduaneiras significativas aos produtos mais baratos fabricados em outros países.

O problema do dólar com valor baixo é o de que dificilmente essa moeda se poderá manter como principal moeda internacional (como é, por exemplo, o petro-dólar). Se o dólar americano viesse a valer, por exemplo, metade do que vale hoje, seria impossível que continuasse a ser a moeda de referência mundial que é hoje.

A forma que Donald Trump encontrou para tornear esta incompatibilidade entre um dólar baixo, por um lado, e a continuação do dólar como moeda de referência mundial, por outro lado, é a destruição das economias concorrentes que detenham moedas fortes — por exemplo, a Libra inglesa, o Euro, e o dólar canadiano.

Para a estratégia de Donald Trump de recuperação industrial dos Estados Unidos, é essencial destruir as moedas fortes do Ocidente, nomeadamente a Libra inglesa, o Euro e o dólar do Canadá. Como é óbvio, destruir uma moeda de um determinado país significa destruir a sua respectiva economia. É o que Donald Trump está a fazer, com a ajuda de Elon Musk e J. D. Vance.

Donald Trump pretende destruir as economias do Ocidente (Canadá, Reino Unido, União Europeia), numa lógica de soma zero, para (alegadamente) recuperar a produção industrial perdida com as deslocalizações para países mais baratos.

sexta-feira, 7 de março de 2025

O partido CHEGA está profundamente dividido em relação à Ucrânia


A esmagadora maioria da base do partido CHEGA (simpatizantes) apoia a luta do povo ucraniano contra a invasão de Putin, contra a cumplicidade putinista e expansionista de Viktor Órban, e desaprova o alinhamento claríssimo e irracional de Donald Trump com Putin.

Porém, dentro da estrutura partidária (militantes do partido) do CHEGA, a realidade é diferente.


A nomenklatura do CHEGA divide-se em 1/ apoiantes da Ucrânia e de Zelensky, 2/ apoiantes de Viktor Órban, Putin e de Donald Trump, 3/ e os que se mantêm em silêncio.

Na segunda categoria temos, por exemplo, um anão que foi diplomata e é hoje deputado do CHEGA: é um apoiante claro de Viktor Órban e, concomitantemente, apoiante disfarçado do cripto-comunista revisionista Vladimir Putin.

Outro exemplo é o deputado do CHEGA João Tilly, que não esconde o seu fascínio pelo Viktor Órban e por Putin; mas há mais deste tipo de tropa...!

Dos que mantêm o silêncio nesta matéria estão, por exemplo, Pedro Pinto, Rui Paulo Sousa, André Ventura, Bruno Nunes, Diogo Amorim, entre outros. É um silêncio ensurdecedor.

Dos que apoiam a luta do povo ucraniano pela liberdade estão, por exemplo, a Rita Matias, o Pedro Frazão, Filipe Melo, Rodrigo Taxa, Rui Afonso, Gabriel Mithá Ribeiro, entre outros.

Se eu fosse opositor ao CHEGA, exploraria profusamente esta fraqueza deste partido.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Donald Trump tem um comportamento de carroceiro


Durante 70 anos, os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram tudo para que os países da Europa não investissem muito em defesa própria. Recordo aqui a guerra diplomática que foi movida por aqueles dois países contra Portugal de Salazar, exactamente porque o Estado Novo investiu massivamente na defesa nacional.


Durante 70 anos, os Estados Unidos e o Reino Unido quiseram “pôr a pata” militar em cima dos países europeus. Porém, de repente, os Estados Unidos de Donald Trump fez uma volta de 180 graus: agora acusa os países europeus de não investirem em defesa. Para os Estados Unidos, aquilo que era válido ontem, deixou de ser válido hoje.

Isto significa que os Estados Unidos deixaram de ser um país credível e previsível: nunca saberemos o que pode acontecer na Sala Oval da Casa Branca. Não me surpreenderia que, um dia destes, um Chefe de Estado europeu fosse agredido fisicamente dentro da Casa Branca.

Donald Trump comporta-se como um elefante dentro de uma loja de porcelanas.

Donald Trump afirmou publicamente (salvo erro, na Fox News News) que “a União Europeia foi criada para f*der os Estados Unidos” (sic) — quando, em boa verdade, a origem da União Europeia é americana, por exemplo, através da iniciativa do Grupo de Bilderberg na década de 1960. Donald Trump distorce os factos para enganar o labrego americano.

Donald Trump mente, por exemplo, quando diz que os Estados Unidos gastaram, na Ucrânia, mais dinheiro em material militar do que os países da Europa — quando, na verdade, os países europeus gastaram praticamente o dobro do que os Estados Unidos gastaram com a Ucrânia, como muito bem demonstrou o major-general Isidro de Morais Pereira em uma entrevista televisiva (penso que foi na RTP3).

Donald Trump mente com a mesma facilidade com que mentia Joe Biden. A diferença é que o primeiro tem um comportamento de carroceiro.


A forma como Donald Trump vê as relações entre os Estados Unidos e a União Europeia é de soma zero — o ganho dos Estados Unidos representa necessariamente a perda da União Europeia. “Os Estados Unidos só ganham se a União Europeia perder”.

Para Donald Trump, só destruindo a União Europeia, os Estados Unidos poderão ser salvos. Aliás, neste aspecto, Donald Trump coincide com Vladimir Putin: ambos pensam na Europa como um alvo a abater em função de uma relação de soma zero.

A Europa tem um problema adicional: se investir muito em defesa, Donald Trump e J. D. Vance virão provavelmente dizer que a União Europeia se tornou em uma ameaça militar.

“Preso por ter cão, e preso por não ter”. “Os cães ladram, e a caravana passa”.

A verdade é que os Estados Unidos se transformaram em inimigos da Europa. A NATO já não faz sentido.