terça-feira, 15 de outubro de 2024

A grande treta do Ludwig Krippahl acerca das “meninas macho” lutadores de sumô


“Vivemos na Era das Minorias; na Era de grupelhos que nos governam, em vez de apenas se representarem a si mesmos”.

→ G. K. Chesterton


A força física é determinada pelos níveis de testosterona no corpo, e não pelo tamanho da pila ou pela sua ausência; mas o Ludwig Krippahl dá mais valor ao tamanho da pilinha ou à ausência dela, no que se refere à competição desportiva.

O argumento do Ludwig Krippahl é o seguinte:

se uma criatura humana tem cromossomas XY, mas tem vulva (devido a uma anomalia congénita), e tem níveis de testosterona de um lutador de sumô — então essa criatura deve ser considerada “mulher” e pode (teoreticamente e em princípio) competir desportivamente com mulheres.


Ou seja: (segundo o Ludwig Krippahl) é a vulva que determina a capacidade de uma criatura poder competir na categoria feminina.

Desde logo, a anomalia1 é considerada (pelo Ludwig Krippahl) como sendo coisa normal (é normalizada) — o que é anticientífico.

O que o Ludwig Krippahl faz — na senda do politicamente correcto que mina propositadamente o bom-senso — é destruir as categorias da realidade humana, em nome de uma pretensa “genialidade” estupidificante. Estamos perante um exemplo acabado do Imbecil Colectivo.

Um ser humano com cromossomas XY não pode ser mulher — a não ser que retiremos a ciência biológica da equação de análise dos sexos, que é o que o Ludwig Krippahl faz.

Uma das características da esquerda identitária (característica herdada do romantismo do século XVIII, e que se prolongou com as utopias do século XIX e XX), é a de que o erro humano individual não é geralmente considerado como sendo do foro psicológico, mas antes é atribuído a um qualquer padrão de valores (ou seja, a culpa é do “meio-ambiente” e/ou da “cultura dominante”).

Para o Ludwig Krippahl, é a forma como o pugilista Imane Khelif foi educado (a educação e o meio-ambiente) que determina a sua (dele) sexualidade — independentemente de ter pénis ou não.

Para o Ludwig Krippahl, um menino educado como menina, e tornando-se efeminado na sua adultez, será uma mulher.

Tal como a elite que temos, o Ludwig Krippahl é um romântico. O romantismo pretende libertar o ser humano de convenções e da moralidade sociais, mas não se deu conta de que as soluções e alternativas que apresenta para a sociedade roçam a barbárie.

Colocar um ser humano com cromossomas XY a bater em um outro ser humano com cromossomas XX, é bárbaro. E defender esta posição é próprio da barbárie moderna.

Nota
1. A anomalia é o fenómeno que se afasta do tipo médio e constante dos fenómenos do mesmo tipo.

O Luís Marques Mendes é um caso freudiano





domingo, 13 de outubro de 2024

O Henrique Pereira dos Santos e Luís Montenegro


“(…) ontem passei algum tempo no carro e, por isso, tive oportunidade de ouvir, ao vivo e em directo, a quantidade de idiotices que jornalistas perguntaram a Luís Montenegro sobre auriculares e afins.

A situação não nasceu do vácuo, resulta de umas declarações tontas de Luís Montenegro que os senhores jornalistas consideraram ofensivas, razão pela qual se sentem na obrigação de sinalizar a sua virtude fazendo perguntas ainda mais tontas que as declarações iniciais, a que ninguém liga nenhuma a não ser os jornalistas, claro.”

O auricular e a carteira

Quando o Luís Montenegro faz declarações públicas salazarentas, é classificado (por Henrique Pereira dos Santos) de “tonto”; mas se André Ventura fizesse as mesmas declarações “tontas” de Luís Montenegro, seria certamente classificado de “salazarista”.

Com jeitinho, a cara de Henrique Pereira dos Santos caberia no conjunto da tropa diversificada abaixo representada. Estamos a ser culturalmente conduzidos por uma récua.



sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Luís “Ganzas” Montenegro, o Bobo da Corte


Enquanto jovem estudante, Luís Montenegro era conhecido nos círculos estudantis portuenses como o “Ganzas”.

Hoje é conhecido nos círculos políticos lisboetas como o Bobo da Corte.



terça-feira, 8 de outubro de 2024

A super-subjectividade do mundo moderno



“O mundo moderno não distingue matérias de opinião e matérias de princípio; e acaba por tratar ambas como matéria de gosto.”

→ G. K. Chesterton ('New Witness', 22-08-1919)




domingo, 6 de outubro de 2024

A ambiguidade ambivalente do Ludwig Krippahl


Não devemos confundir “ambiguidade” e “ambivalência”.

A ambiguidade aplica-se a conceitos; a ambivalência é psicológica: não é legítimo falar de “ambivalência dos conceitos”, os quais não traduzem directamente situações concretas e não podem, por isso, ser objecto de um juízo-de-valor. Podemos falar de “ambivalência de sentimentos” (por exemplo, amor-ódio, orgulho-timidez); podemos falar em “ambivalência dos sonhos”.

A ambivalência é subjectiva (psicologia); a ambiguidade é objectiva, ou pode ser objectivada através de conceitos.


Neste texto do Ludwig Krippahl há muita ambiguidade (para atenuar a Dissonância Cognitiva que a liberdade provoca na Esquerda) e alguma ambivalência (para tentar eliminar a Dissonância Cognitiva do próprio autor).

Por exemplo, afirmar que “o colectivo [a sociedade] não deve coagir” o indivíduo na sua liberdade de expressão, é uma impossibilidade objectiva — a não ser que a sociedade seja de tal forma atomizada que deixe de existir opinião pública (no fundo, indo ao encontro das ideias de Rousseau acerca daquilo a que ele chamou de "Vontade Geral", e que é exactamente o contrário de “vontade geral”).

Qualquer crítica às ideias de uma pessoa é uma forma de coacção sobre essa pessoa. E qualquer opinião pública e/ou publicada de um indivíduo é uma forma de coacção sobre o (colectivo) sociedade.

O que devemos fazer é lutar — e o Ludwig Krippahl não se referiu a isto — pela afirmação da racionalidade no discurso público.

Por exemplo, quando Mariana Mortágua disse (nos me®dia, a 20 de Maio de 2024), que “é nosso dever acolher toda a gente que chega” [a Portugal], e “é assim que construímos um país mais seguro”, estamos em presença de uma incongruência: em primeiro lugar, porque é um non sequitur: não se segue que “acolher toda a gente que chegue” a Portugal seja sinónimo de “mais segurança”; mas acima de tudo é uma irracionalidade, porque Portugal não pode acolher “toda a gente que chegue”. Acolher toda a gente que chegue a Portugal é uma impossibilidade objectiva — e é tempo de se exigir (pelos me®dia) ao Bloco de Esquerda que utilize a racionalidade no seu discurso político. Porém, a Mariana Mortágua sai sempre incólume das bacoradas que lança dos me®dia.

Um exemplo de ambivalência do Ludwig Krippahl é a tentativa de comparação entre a afirmação individual da homossexualidade na tropa americana, por um lado, e a afirmação individual da homossexualidade na sociedade em geral, por outro lado.

Dou um exemplo: as lojas maçónicas masculinas não admitem mulheres; e eu respeito muito essa postura das lojas, porque são instituições. Uma loja maçónica é uma instituição. Uma instituição é uma forma de organização, ou forma de vida social, que a sociedade dá a si mesma para assegurar a sua perenidade. Como em todas as instituições [da sociedade], na instituição da maçonaria existem as pessoas que têm (em si mesmas) condições para estar dentro dela, e as que não reúnem as condições necessárias para esse efeito.

Seria injusto que se dissesse que “a maçonaria é misógina” — em primeiro lugar porque existem lojas maçónicas femininas; e depois, porque, enquanto instituição, a maçonaria deve ter toda a liberdade para estabelecer as suas próprias condições de adesão. Ninguém é obrigado a aderir à maçonaria.

De modo semelhante, nenhum cidadão americano é obrigado a aderir às Forças Armadas americanas, por um lado, e por outro lado é claro que as Forças Armadas americanas são uma instituição.


Outro exemplo de ambiguidade do Ludwig Krippahl é quando ele escreve que “o fundamental da democracia é que o poder do colectivo seja exercido em função do consenso dos indivíduos”, quando tinha escrito anteriormente que “o colectivo não deve coagir a pessoa em função do que esta pensa ou sente”.

Ou seja, segundo o Ludwig Krippahl, o colectivo só deve coagir o indivíduo quando a opinião (deste) não lhe agrada.

Ademais, a ideia segundo a qual “o poder do colectivo seja exercido em função do consenso dos indivíduos” vem do marxista cultural Habermas e do seu (dele) chamadométodo discursivo (ver aqui). Porém, para as pessoas que não participaram na discussão do “consenso”, ou porque não puderam fazê-lo por motivos práticos, ou porque são crianças, doentes, ou porque ainda não nasceram, o “consenso” do “método discursivo” dos “marxistas da cultura”, Habermas e Ludwig Krippahl, não significa nada.

Finalmente, o consenso do “método discursivo” não pode obrigar o oportunista, especialista na aplicação do princípio do interesse próprio, a agir no sentido do consenso — porque o cálculo só bate certo se todos os envolvidos abandonarem previamente o princípio do interesse próprio.

Em suma, é necessária uma decisão moral prévia a qualquer discurso; mas isto é matéria para outro verbete.