domingo, 7 de dezembro de 2025

Elon Musk diz que a União Europeia tem que acabar

Elon Musk diz que a União Europeia tem que acabar porque o Twitter vai ter que pagar uma multa de 120 milhões de Euros alegadamente por “falta de transparência”.

Qualquer dia, Elon Musk irá pedir o fim de Portugal enquanto país, porque acordou com uma caganeira desgraçada depois de ter comido um prato de receita portuguesa de bacalhau com natas.

Não passa pela cabeça de Elon Musk simplesmente deixar o mercado da União Europeia: bastaria a Elon Musk barrar o acesso da União Europeia ao TwitterX, e estaria resolvido o problema dele.

A Nova Direita americana segue o subjectivismo radical de Hume que dizia que “não é irracional que um homem prefira a destruição do mundo, a uma esfoladela no seu dedo”, por um lado; e por outro lado segue à risca o Marginalismo de Carl Menger que dizia que “é tão útil a oração para o homem santo, como é útil o crime para o homem criminoso”.

Se juntarmos o subjectivismo e o utilitarismo radicais, por um lado, ao Pragmatismo1 tradicional americano, por outro lado, temos a receita para uma tragédia na política americana que já se desenrola a olhos vistos.

Antes de mais, convém dizer que a “Nova Direita” nos Estados Unidos não é uma Direita conservadora: é uma Direita revolucionária influenciada pelo hegelianismo dialéctico de Dugin adaptado para os Estados Unidos por Steve Bannon.

O problema aqui é o de saber se a multa da União Europeia ao TwitterX é legítima ou não — porque “legal” será com certeza: uma lei pode não ser legítima.

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De acordo com o actual critério do TwitterX, se eu criar um perfil no TwitterX com o nome António Cagalhão, e pagar ao Twitter um determinado valor através do qual me é concedido um atestado de autenticidade através do “checkmark” (o sinal de visto), então segue-se que os outros utilizadores do TwitterX poderão acreditar que o perfil do António Cagalhão corresponde a um personagem real.

Conclusão: o critério da multa da União Europeia é compreensível e legítimo, embora eu pense que o valor da multa é exagerado.


Nota
1. Pragmatismo : doutrina de finais do século XIX, o Pragmatismo desenvolveu-se sobretudo nos Estados Unidos, e depois em Inglaterra e em França.

O termo “Pragmatismo” foi usado pela primeira vez pelo americano Peirce para o qual a “validade” dos nossos juízos é resultado da diferença prática que se verifica entre a sua afirmação ou a sua negação.

Esta doutrina é consequência do avanço da biologia darwinista, por um lado, e por outro lado das teorias físicas da época onde as hipóteses eram apreciadas em função da sua comodidade.

Não é estranha a esta doutrina a mentalidade protestante, na medida em que alguns pragmatistas acabaram por afirmar a crença num Deus pessoal subsumido do panteísmo dos hegelianos.

O pragmatismo sobrepõe uma moral prática a uma teoria da Verdade, ou seja, a Verdade, segundo os pragmatistas, existe em função do nosso desejo de acção. O conhecimento deve ser uma espécie de “prospecção do futuro”, e considera a verdade como um programa de acção revolucionária, como se fosse possível moldar o futuro.

A criação da Verdade pelo homem, a partir de uma razão que “cola” à experiência e que toma como critério o seu valor – ou seja, a sua eficácia: dizia o pragmatista Leuba: “Deus não é acreditado: em vez disso, é utilizado”. William James fala mesmo no valor monetário (cash-value) das nossas ideias enquanto ideias, e não apenas como sinais de troca.

O Pragmatismo é auto-contraditório; e sendo tomado à letra levar-nos-ia à apraxia – porque, para julgar as consequências ou a eficiência de um acto, é necessário conhecer essas consequências e essa eficiência antes de cometer o acto. Se apenas tivermos em consideração a miríade de possibilidades dos eventos futuros decorrentes dos nossos actos, então não é possível atacar — como os pragmatistas fazem! — a teoria clássica da Verdade.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

A Lei 67/2025 ou Lei dos Okupas, e a Direita esquerdista do PSD/CDS


Desde que Paulo Portas se apoderou do CDS (1997), eu sempre disse que “o CDS fecha a Esquerda à direita” — ou seja, a Esquerda tinha e tem um espectro político que vai da extrema-esquerda (Bloco de Esquerda) até ao chamado “centro político” (CDS).

O CDS só foi de Direita com Adriano Moreira e Manuel Monteiro, e talvez com Lucas Pires. A partir da tomada de poder, no partido, de Paulo Portas, o CDS tem vindo “a fechar a Esquerda à direita”.

Hoje, o PSD absorve o CDS de Nuno Melo, e ambos os partidos “fecham a Esquerda à direita”.

A lei dos Okupas, ou seja, a Lei 67/2025 de 24 de Novembro, é um exemplo de uma lei de uma pseudo-direita maçónica:

  • com a alteração do Código Penal, estabelece as penas para os Okupas;

  • mas, através da alteração do Código de Processo Penal, a alteração referida do Código Penal é “minada” através da definição clara da possibilidade de discricionariedade de juízo por parte do juiz (Artº 200, nº 8), por um lado, e por outro lado através da revogação automática da culpa e da pena aplicável no Código Penal se “tiver lugar a desocupação voluntária do imóvel” (idem, nº 9).

Ou seja: eu ocupo uma casa, o juiz pode ou não (discricionariamente) obrigar a desocupação imediata; mas se eu sair da casa voluntariamente, segue-se que então não há crime e nada me acontece.

Esta lei é de Esquerda.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Viva o racismo !

PESSOAS NEGRAS web

É isto que me obriga a ser racista. Eu não queria, mas sou obrigado, pela lógica imposta pela realidade política.

A política correcta impele-nos ao racismo — porque a “discriminação” dita “positiva” é uma forma prática de racismo. Somos racistas porque não temos alternativa: somos impelidos para o racismo pela lógica do sistema.

Se as pessoas no cartaz fossem brancas, a DGS não “apagaria” o cartaz porque — alegadamente — não seria discriminatório. O cartaz só é discriminatório quando as pessoas são negras.

Viva o racismo!

Donald Trump é uma ameaça ao Direito Internacional


A coberto da guerra ao narcotráfico, Donald Trump prepara-se para deitar as manápulas ao petróleo da Venezuela. A promessa eleitoral de Trump segundo a qual ele não iniciaria qualquer nova guerra vai já por água abaixo.

Depois de invadir e ocupar a Venezuela, Donald Trump irá invadir e ocupar a Gronelândia.

Os Estados Unidos são hoje um espelho invertido da antiga URSS que desrespeita sistematicamente o Direito Internacional, e Donald Trump é hoje tão perigoso para a ordem internacional quanto o é Putin.

A diferença entre Donald Trump e Putin é praticamente nula.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

André Ventura: “Portugal pertence à O.T.A.N., mas não muito...”


Segundo depreendi das palavras de André Ventura de ontem, Portugal deverá permanecer na O.T.A.N., mas se um país da organização for atacado pela Rússia, Portugal não terá nada a ver com isso.

Ou seja, segundo Ventura, Portugal está na O.T.A.N.; mas não está na O.T.A.N..

A posição de André Ventura em relação à Ucrânia não é muito diferente da posição de Marine Le Pen, da AfD (Alternative für Deutschland) e de Viktor Órban; e é muito diferente da posição de Giorgia Meloni, por exemplo.

A pequena diferença entre André Ventura, por um lado, e Viktor Órban ou Marine Le Pen por outro lado, é que o primeiro diz que está solidário com a Ucrânia, embora conclua que não está solidário com a Ucrânia — ao passo que os dois últimos dizem que são claramente a favor da Rússia e contra a Ucrânia. A diferença é uma questão de retórica.

A posição do André Ventura em relação à possibilidade de haver tropas europeias da O.T.A.N. na Ucrânia é um NIN: é como o Melhoral, não faz bem nem faz mal.

Nota: O Portugal de Salazar foi neutral na II Guerra Mundial, mas foi antes de entrar na O.T.A.N..

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Os me®dia e o Sistema já condenam o debate de ideias


Não é por acaso que o radical trotskista Daniel Oliveira se sente bem no semanário Expesso: aquilo é um fojo, um covil, guarida de malfeitores.

democracia perigosa henrique raposo web

Não tarda nada e veremos os me®dia a defender publicamente a legitimidade do regime de Putin. Já faltou mais.

“Demagogia” e “populismo” são os vocábulos que os ditos “democratas” de pacotilha empregam quando a democracia os assusta. A corrupção ideológica do sistema vigente atingiu um nível tal que se legitima agora o fim do debate político.

Na escola de Platão, a democracia repugnava porque (naquele tempo) esta negava a autonomia dos Valores — e não (como diz o idiota) por uma putativa ameaça à verdade.

Pelo menos desde Platão que os “intelectuais” defendem a ideia de que o povo deve ser governado discricionariamente por uma elite, e independentemente da vontade popular — não obstante Karl Popper ter bastamente demonstrado que, ao longo da História, os povos têm errado menos do que as elites governantes.

Defender a legitimidade racional da República de Platão só pode vir de um deficiente cognitivo do quilate do Henrique Raposo.

A retórica cultural substitui hoje a retórica patriótica, nas efusivas expectorações dos tontos como o Henrique Raposo. E partem sempre do princípio de que o povo é tonto.

Temos hoje uma classe social elitista (ruling class) que governa despoticamente de uma forma insidiosamente dissimulada, ao mesmo tempo que defende sub-repticiamente a construção política e social da ausência de classes sociais. Gente como o Henrique Raposo são os lacaios dessa ruling class.