segunda-feira, 10 de março de 2025

Eu peço desculpa aos leitores por ter apoiado politicamente Donald Trump


Confesso que fui enganado; ou deixei-me enganar. Acreditei que um homem de 78 anos não pudesse ter uma mentalidade de adolescente.



Como escrevi noutro artigo, Donald Trump tem uma concepção de soma zero das relações dos Estados Unidos com a União Europeia, Reino Unido, Canadá, México, entre outros países: é a noção de que a desgraça dos outros é sempre boa para os Estados Unidos (“pimenta no cu dos outros, é chupa-chupa para nós”).

Donald Trump pretende recuperar / reaver, para os Estados Unidos, a indústria deslocalizada dos Estados Unidos para países de produção mais barata (por exemplo, China, Indonésia, Malásia, México). Porém, a forma como Donald Trump pretende fazer essa recuperação da indústria é própria de um Estado pária e/ou terrorista: o governo de Donald Trump não é muito diferente do governo do Irão ou da Rússia. Explico por quê.

Donald Trump pretende:

1/ baixar muito significativamente o valor do dólar americano + impôr taxas aduaneiras;

2/ simultaneamente, manter o dólar (subvalorizado) como principal moeda mundial.

Baixar o substancialmente o valor do dólar é essencial para tornar competitivas as exportações americanas, fazendo com que os industriais americanos reinvistam na indústria dentro dos Estados Unidos, e acabando assim com as deslocalizações industriais (para a China, México, etc.). Ademais, Donald Trump pretende impôr taxas aduaneiras significativas aos produtos mais baratos fabricados em outros países.

O problema do dólar com valor baixo é o de que dificilmente essa moeda se poderá manter como principal moeda internacional (como é, por exemplo, o petro-dólar). Se o dólar americano viesse a valer, por exemplo, metade do que vale hoje, seria impossível que continuasse a ser a moeda de referência mundial que é hoje.

A forma que Donald Trump encontrou para tornear esta incompatibilidade entre um dólar baixo, por um lado, e a continuação do dólar como moeda de referência mundial, por outro lado, é a destruição das economias concorrentes que detenham moedas fortes — por exemplo, a Libra inglesa, o Euro, e o dólar canadiano.

Para a estratégia de Donald Trump de recuperação industrial dos Estados Unidos, é essencial destruir as moedas fortes do Ocidente, nomeadamente a Libra inglesa, o Euro e o dólar do Canadá. Como é óbvio, destruir uma moeda de um determinado país significa destruir a sua respectiva economia. É o que Donald Trump está a fazer, com a ajuda de Elon Musk e J. D. Vance.

Donald Trump pretende destruir as economias do Ocidente (Canadá, Reino Unido, União Europeia), numa lógica de soma zero, para (alegadamente) recuperar a produção industrial perdida com as deslocalizações para países mais baratos.

sexta-feira, 7 de março de 2025

O partido CHEGA está profundamente dividido em relação à Ucrânia


A esmagadora maioria da base do partido CHEGA (simpatizantes) apoia a luta do povo ucraniano contra a invasão de Putin, contra a cumplicidade putinista e expansionista de Viktor Órban, e desaprova o alinhamento claríssimo e irracional de Donald Trump com Putin.

Porém, dentro da estrutura partidária (militantes do partido) do CHEGA, a realidade é diferente.


A nomenklatura do CHEGA divide-se em 1/ apoiantes da Ucrânia e de Zelensky, 2/ apoiantes de Viktor Órban, Putin e de Donald Trump, 3/ e os que se mantêm em silêncio.

Na segunda categoria temos, por exemplo, um anão que foi diplomata e é hoje deputado do CHEGA: é um apoiante claro de Viktor Órban e, concomitantemente, apoiante disfarçado do cripto-comunista revisionista Vladimir Putin.

Outro exemplo é o deputado do CHEGA João Tilly, que não esconde o seu fascínio pelo Viktor Órban e por Putin; mas há mais deste tipo de tropa...!

Dos que mantêm o silêncio nesta matéria estão, por exemplo, Pedro Pinto, Rui Paulo Sousa, André Ventura, Bruno Nunes, Diogo Amorim, entre outros. É um silêncio ensurdecedor.

Dos que apoiam a luta do povo ucraniano pela liberdade estão, por exemplo, a Rita Matias, o Pedro Frazão, Filipe Melo, Rodrigo Taxa, Rui Afonso, Gabriel Mithá Ribeiro, entre outros.

Se eu fosse opositor ao CHEGA, exploraria profusamente esta fraqueza deste partido.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Donald Trump tem um comportamento de carroceiro


Durante 70 anos, os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram tudo para que os países da Europa não investissem muito em defesa própria. Recordo aqui a guerra diplomática que foi movida por aqueles dois países contra Portugal de Salazar, exactamente porque o Estado Novo investiu massivamente na defesa nacional.


Durante 70 anos, os Estados Unidos e o Reino Unido quiseram “pôr a pata” militar em cima dos países europeus. Porém, de repente, os Estados Unidos de Donald Trump fez uma volta de 180 graus: agora acusa os países europeus de não investirem em defesa. Para os Estados Unidos, aquilo que era válido ontem, deixou de ser válido hoje.

Isto significa que os Estados Unidos deixaram de ser um país credível e previsível: nunca saberemos o que pode acontecer na Sala Oval da Casa Branca. Não me surpreenderia que, um dia destes, um Chefe de Estado europeu fosse agredido fisicamente dentro da Casa Branca.

Donald Trump comporta-se como um elefante dentro de uma loja de porcelanas.

Donald Trump afirmou publicamente (salvo erro, na Fox News News) que “a União Europeia foi criada para f*der os Estados Unidos” (sic) — quando, em boa verdade, a origem da União Europeia é americana, por exemplo, através da iniciativa do Grupo de Bilderberg na década de 1960. Donald Trump distorce os factos para enganar o labrego americano.

Donald Trump mente, por exemplo, quando diz que os Estados Unidos gastaram, na Ucrânia, mais dinheiro em material militar do que os países da Europa — quando, na verdade, os países europeus gastaram praticamente o dobro do que os Estados Unidos gastaram com a Ucrânia, como muito bem demonstrou o major-general Isidro de Morais Pereira em uma entrevista televisiva (penso que foi na RTP3).

Donald Trump mente com a mesma facilidade com que mentia Joe Biden. A diferença é que o primeiro tem um comportamento de carroceiro.


A forma como Donald Trump vê as relações entre os Estados Unidos e a União Europeia é de soma zero — o ganho dos Estados Unidos representa necessariamente a perda da União Europeia. “Os Estados Unidos só ganham se a União Europeia perder”.

Para Donald Trump, só destruindo a União Europeia, os Estados Unidos poderão ser salvos. Aliás, neste aspecto, Donald Trump coincide com Vladimir Putin: ambos pensam na Europa como um alvo a abater em função de uma relação de soma zero.

A Europa tem um problema adicional: se investir muito em defesa, Donald Trump e J. D. Vance virão provavelmente dizer que a União Europeia se tornou em uma ameaça militar.

“Preso por ter cão, e preso por não ter”. “Os cães ladram, e a caravana passa”.

A verdade é que os Estados Unidos se transformaram em inimigos da Europa. A NATO já não faz sentido.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O revolucionário Donald Trump


Uma das características da mente revolucionária é a inversão da moral. Trata-se de uma moral teleológica (a de Donald Trump): os fins justificam todos os meios possíveis.

Outra característica do arquétipo mental revolucionário de Donald Trump é a inversão do sujeito-objecto: a culpa dos actos de horror causados pela guerra na Ucrânia, segundo Donald Trump, é das vítimas agredidas (os ucranianos): as vítimas civis da agressão russa não foram assassinadas: antes, suicidaram-se, porque não se submeteram a Putin.

Segundo Donald Trump, a submissão da Ucrânia a Putin teria salvo centenas de milhares de vítimas.

A noção de “liberdade política”, para Donald Trump, é, assim, condicionada pelo pragmatismo — não no sentido vulgar de “pragmatismo”, mas no sentido ideológico do pragmatismo americano que evoluiu a partir do início do século XX.


Donald Trump tentou sacar praticamente todos os recursos físicos da Ucrânia, através da intenção de celebrar um contrato leonino que pretendia o monopólio da exploração das “terras raras” da Ucrânia. Ora, Zelensky não aceitou a proposta americana — não só pelas “terras raras”, mas porque Donald Trump pretendia também o monopólio da exploração de “gás, petróleo, portos e outras infra-estruturas” da Ucrânia.

Mais: Donald Trump pretende ter o controlo privilegiado da compra de licenças sobre minerais exportáveis pela Ucrânia, assim como o controlo das condições contratuais de todos os projectos futuros a realizar na Ucrânia.

A Ucrânia seria, assim, transformada, literalmente, por Donald Trump em uma colónia americana sem um disparo de fuzil.

Entre as exigências de Donald Trump, está o controlo dos depósitos de lítio da Ucrânia, quantificados em cerca de 500 mil toneladas de oxido de lítio.

Outro recurso físico que Donald Trump exige de Zelensky, é o urânio ucraniano: a Ucrânia é o maior produtor europeu de urânio, com 2% da produção mundial e com extracção de 107 mil toneladas que constituem o dobro da extracção americana de urânio.

Outra exigência de Donald Trump é o controlo do grafite ucraniano: a mina de Zavallia, no centro da Ucrânia, é uma das maiores do mundo, e estima-se uma produção anual de 50 mil toneladas de grafite.

Por fim, Donald Trump pretende a exclusividade da exploração de titânio e berílio ucranianos. A Ucrânia é um dos produtores-chave de titânio, que é necessário para a indústria aero-espacial e aplicações médicas. E quanto ao berílio, a Ucrânia tem já uma mina no noroeste do país que é uma das maiores do mundo.

O que é extraordinário é que Donald Trump serve-se da ameaça de Putin para remeter a Ucrânia para uma situação de colónia, no sentido histórico do termo.

Se a Esquerda americana de Joe Biden era má, Donald Trump não é melhor.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

A Leitoa



Marcelo Rebelo de Sousa é um caso freudiano


Marcelo Rebelo de Sousa não é de Direita; nem coisa que se pareça. Nenhum político de Direita faria uma visita privada a Fidel Castro, poucos meses antes da morte deste.

Marcelo Rebelo de Sousa é um esquerdalho que não saiu do armário; é um caso freudiano.

O povo português está a ser enganado há 50 anos, com uma pseudo-direita que nada mais é do que uma facção da Esquerda, uma quinta-coluna da desgraça.



O Anselmo Borges é um individuo desprezível, inqualificável, sem nome possível


O Anselmo Borges faz aqui (ver ficheiro PDF) o elogio de uma sacerdotisa anglicana lésbica que criticou directa- e pessoalmente o Donald Trump por este acabar com a política LGBTQPBBQ+ de castração dos jovens.

Ou seja, o Anselmo Borges concorda com a castração (“woke” e “transgénera”) dos jovens.

Isto, vindo de alguém que se diz “católico”, é execrável. Nem o papa Chiquinho foi tão longe no endosso da Ideologia de Género.

O Anselmo Borges está espiritualmente morto; é um cadáver espiritual. Uma besta. Não vai fazer falta nem deixar boa memória. Que se f*da. A morte dele não irá deixar lembrança. Que a terra lhe pese como chumbo!