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quinta-feira, 3 de março de 2016

As crianças não são propriedade do Estado

 

A vida não é um mar de rosas; mas há pessoas que pensam que pode ser um mar de rosas. ¿E como? Substituindo a responsabilidade do cidadão, literalmente, pela do Estado.

Vou aqui reproduzir as palavras de Jesus Cristo acerca das crianças:

“Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar.

Ai do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos; mas ai do homem por quem vem o escândalo”.

(S. Mateus, 18, 6 – 7)

Quem defende o controlo das crianças por parte do Estado tem uma mentalidade totalitária.

Jesus Cristo viu aquilo que a Inês Pedrosa não vê: os escândalos são inevitáveis; o que importa é reduzi-los ao mínimo, mas é impossível acabar com os escândalos. Mas a minimização dos escândalos só pode ser levada a cabo através da responsabilização do cidadão. Recordemos Kant:

“Um governo que fosse fundado sobre o princípio da benevolência para com o povo — tal o do pai para com os seus filhos, quer dizer, um governo paternal —, onde, por consequência, os sujeitos, tais filhos menores, incapazes de decidir acerca do que lhes é verdadeiramente útil ou nocivo, são obrigados a comportar-se de um modo unicamente passivo, a fim de esperar, apenas do juízo do chefe do Estado, a maneira como devem ser felizes, e unicamente da sua bondade que ele o queira igualmente — um tal governo, digo, é o maior despotismo que se pode conceber.”

O controlo das crianças por parte do Estado e desde tenra idade corresponde ao ideal totalitário espartano (que Rousseau admirava) em oposição ao ideal democrático ateniense. Isto é um facto histórico. Quem defende o controlo das crianças por parte do Estado tem uma mentalidade totalitária.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

A diferença entre a Esquerda e a Direita é a liberdade responsável

 

O Partido Socialista espanhol anunciou que se ganhar as eleições em Dezembro, vai proibir as aulas de religião e moral, mesmo nos estabelecimentos de ensino privados. Obviamente que o Partido Socialista espanhol tem o apoio de toda a Esquerda radical espanhola (Podemos & Cia.).

É provável que, com a deriva radical esquerdista do Partido Socialista de António Costa, um governo de Esquerda em Portugal venha também proibir as aulas de religião e moral no ensino privado. A diferença entre a Esquerda e a Direita é sobretudo a liberdade responsável.

Outra diferença entre a Esquerda e a Direita é a de que as leis de Esquerda são consideradas irrevogáveis pela Direita. Dou um exemplo:

a lei do aborto foi revista e reformulada pela coligação Partido Social Democrata / CDS/PP. A radical socialista Isabel Moreira anuncia a anulação da reforma da lei. Seria previsível que um próximo governo maioritário de Direita voltasse a introduzir a reforma anulada pelos radicais; mas provavelmente isso não acontecerá, porque a Direita move-se menos por convicções e valores do que pelo cálculo. Muitos dos votos da coligação de Direita são de pessoas de outras áreas políticas que não concordam com a lei do aborto esquerdista.


barriga-de-aluguerOutra lei radical anunciada é a adopção de crianças por pares de invertidos, que terá como consequência a normalização do estatuto de filho-de-puta (na medida em que a herança genealógica é intencionalmente coarctada, na lei, como princípio válido) , que até agora era uma condição excepcional na lei. Até agora, a adopção de crianças sem pai e/ou mãe era exclusiva de casais (naturais, obviamente: mulher e homem) que assumiam, de forma simbólica na educação da criança adoptada, o papel e função de ambos os sexos.

A adopção de crianças por pares de invertidos introduz na lei a validade do “grau zero” da árvore genealógica da criança — ao contrário do que acontece com a adopção de crianças por casais, em que a ausência de uma árvore genealógica é vista pela lei como um mal a remediar através da adopção. Com a adopção de crianças por pares de invertidos, esse mal é validado por lei.

Em termos de princípio da lei, a adopção de crianças por pares de invertidos colide com a obrigatoriedade de assunção da paternidade por parte do homem. Qualquer bom advogado poderá pegar na lei da adopção de crianças por pares de invertidos e, com ela, refutar a lei que obriga ao homem assumir a paternidade de uma criança — porque o espírito da lei é contraditório.


Outra lei radical é a procriação medicamente assistida para toda a gente. Até agora, a procriação medicamente assistida é exclusiva para pessoas casadas (ver definição de casamento). A procriação medicamente assistida para toda a gente vai incentivar o negócio das "barriga de aluguer" que sacrifica e explora as mulheres mais pobres, para além de transformar a criança em um objecto que se compra e vende. É este o desiderato de radicais sinistros como a Isabel Moreira.


Em Espanha, prepara-se a fundação de um novo partido de Direita, alternativo ao P.P. espanhol e ideologicamente semelhante ao UKIP (United Kingdom Independent Party) britânico. Em toda a Europa surge uma nova Direita que tende a substituir paulatinamente uma “direita” submetida aos radicais de Esquerda (como é o caso do Partido Social Democrata português). É possível que um partido dessa nova Direita surja em Portugal, depois de aparecer em Espanha. Será uma Direita do não-compromisso com os radicais esquerdistas, uma Direita que defenderá a irreversibilidade absoluta das suas propostas.

segunda-feira, 16 de março de 2015

A cultura actual que elimina o feio

 

Platão escreveu na “República” que “dado que o belo se opõe ao feio, são duas coisas diferentes. (…) E isto é igualmente verdadeiro para o justo e para o injusto, para o bem e para o mal, e para todas as Formas”.

A concepção platónica das Formas — ou das Ideias — já não se aplica na nossa sociedade; ou pelo menos tende a desaparecer. A oposição entre o belo e o feio (estética) e entre o bem e o mal (ética) tende a esbater-se em nome da absolutização do subjectivo. Por exemplo, a arte moderna começou alegadamente como um movimento de protesto contra o filistinismo burguês; mas o corolário da arte moderna é o de que, hoje, a arte não conhece o feio: “é tudo uma questão de gosto”, dizem-nos, “não há o feio nem o belo: há apenas gostos diferentes”. 

O mesmo critério de esbatimento da oposição das Formas aplica-se hoje à  ética (a ética e a estética andam de mãos dadas) e à  justiça (a justiça depende da ética). O ser humano orienta-se na vida pela oposição de conceitos (grande/pequeno, bom/mau, belo/feio, justo/injusto, etc.), e quando esta oposição entre conceitos se esbate, a sociedade tende a regredir a um estado de selvajaria.

O grau do estado de selvajaria de uma sociedade não depende do desenvolvimento tecnológico; o Estado nazi é a demonstração evidente de que uma sociedade pode regredir a um estado de selvajaria alimentando-se de uma tecnologia de ponta. Uma sociedade em regressão para um estado de selvajaria também pode ter muito investimento em dinheiro e meios na ciência positivista que se caracteriza exactamente pela erradicação das Formas platónicas: quando a ciência substitui a ética e os seus valores, o ser humano passa a ser um “selvagem actual”.

dolce gabannaOs homossexuais Domenico Dolce e Stefano Gabanna criticaram as "barrigas de aluguer" e a tecnologia de inseminação artificial.

Há nestas duas pessoas a ideia do belo e do feio, da justiça e da injustiça, do bom e do mau — para além da ciência e da tecnologia, e mesmo apesar da condição homossexual. Não é porque uma pessoa é homossexual que tem que abdicar de uma visão realista do mundo e da vida, que tem que deixar de pensar na ética e na estética, que tem que deixar de conceber os valores como existentes independentemente de nós e que não podem ser deduzidos de uma qualquer utilidade.

Por exemplo, eu não sou rico, mas aceito perfeitamente que existam ricos, porque o realismo e o conhecimento da Natureza Humana diz-me que sempre houve e haverá ricos. Não tenho inveja dos ricos (sinceramente!) nem qualquer ressentimento em relação a eles. O que eu não posso conceber, em nome a oposição entre o justo e o injusto, é que os ricos retirem direitos naturais aos pobres, como está a acontecer hoje em larga escala, criando uma situação política e social a que Hegel chamou de Notrecht (direito de necessidade).

No mundo das Ideias de Platão, um rico também pode ter a noção da oposição entre o belo e o feio, o bem e o mal, o justo e o injusto — porque a desigualdade injusta não se cura com igualdade, mas com desigualdade justa (Nicolás Gómez Dávila). A desigualdade justa tem em conta a equidade, e não a igualdade, porque é impossível sermos todos iguais.

Quando se pretende tornar igual aquilo que não é realmente possível que seja igual, perdemos a noção da oposição dos valores das Ideias de Platão que orientam a sociedade e o indivíduo; caímos em uma nova espécie de selvajaria nazi, em que o ser humano, enquanto pessoa, é desvalorizado em nome da absolutização do subjectivo, seja este individual ou colectivo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos" apoia o tráfico e comércio de crianças.


Em termos simples: o Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos" apoia e fomenta uma nova escravatura: a do tráfico de crianças. O princípio da compra de seres humanos é o princípio que esteve sempre na base da escravatura, em que o ser humano é reduzido a um objecto que se compra e vende.

Um par de italianos (presume-se um casal) comprou uma criança na Rússia por 49 mil Euros e tentou registar a criança em Itália como tendo sido fruto de reprodução natural do casal. As autoridades italianas desconfiaram e fizeram testes de ADN ao bebé, e verificaram que a criança não era do casal. E por isso, as autoridades italianas retiraram o bebé do casal e colocaram-no em uma instituição para adopção.

O casal italiano recorreu para o Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos" que lhes deu razão e condenou o Estado italiano a pagar 30 mil Euros por “danos” (presume-se que “morais”). Ou seja, o Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos" beneficiou o prevaricador: toda a gente ficou a saber que quem traficar crianças terá sempre o apoio do Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos".

Para o Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos", os direitos humanos não abrangem as crianças. Como as crianças não têm voz própria, não votam e não se podem defender em tribunal, podem ser tratadas como escravas que se vendem e se compram. 

Se é este o Tribunal Europeu dos "Direitos Humanos" que exerce influência em Portugal, então há que tratar de acabar com essa influência. E para isso só há um caminho: negar a sua jurisprudência, o que significa recusar a União Europeia.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Os erros da “não-esquerda” continuam

 

O Bispo de Braga diz que os portugueses têm mais coisas importantes em que pensar em vez de estarem preocupados com a adopção de crianças por pares de invertidos. Ou seja, para o Bispo de Braga é uma questão de prioridade, e não de legitimidade, a discussão da adopção de crianças por pares de invertidos. Este erro já foi cometido  várias vezes pelos “conservadores” e a Esquerda radical ganhou sempre.

Não é uma questão de a adopção de crianças por pares de invertidos ser mais prioritária ou menos prioritária: a questão é que a adopção de crianças por pares de invertidos, para além de ir contra o interesse da criança, é um aberração cultural, mina os fundamentos culturais da família natural — e, por isso, mina o futuro da nossa sociedade —, serve apenas os interesses políticos dos adultos homossexuais, não é um direito natural gay mas antes é um privilégio, pretende tornar igual aquilo que não é nem nunca será igual, atenta contra o princípio de igualdade natural exarado na Constituição, e portanto nem sequer deve ser colocada a questão da adopção de crianças por pares de invertidos. Está fora de questão e ponto final. Por princípio não vamos discutir o absurdo.

Por outro  lado, D. Duarte Pio diz que o referendo sobre a adopção de crianças por pares de invertidos não deve existir e que o assunto deve ser entregue aos “técnicos”. Ora, D. Duarte Pio deve saber que os “técnicos” são maioritariamente da Esquerda radical — a começar pelo Júlio Machado Vaz. Ou seja, D. Duarte Pio parece concordar com a ideia de que se os “técnicos” decidirem — como decidirão certamente — que uma criança deve ser adoptada por dois gays, então a adopção é acertada. Não é preciso referendo.

A questão é a seguinte: ¿é absurdo referendar o absurdo?

Em princípio, é absurdo referendar o absurdo. Não faz sentido um referendo, por exemplo, em que o povo se pronuncie acerca dos direitos dos extraterrestres. Mas se houver uma elite política constituída maioritariamente por psicóticos que acredita que os extraterrestres têm direitos, então não devemos entregar aos “técnicos” controlados por essa elite a decisão sobre os putativos direitos dos extraterrestres. Neste caso impõe-se um referendo, como um mal menor — porque de outra forma, essa elite política psicótica imporia a toda a sociedade uma estimulação contraditória e o povo entraria paulatinamente em dissonância cognitiva.

Tanto o Bispo de Braga como D. Duarte Pio assumem posições politicamente correctas. É lamentável. É assim que o radicalismo psicótico de Esquerda vai ganhando terreno.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Referendo na Eslováquia sobre o "casamento" gay

 

A 7 de Fevereiro próximo realiza-se na Eslováquia um referendo sobre o "casamento" gay — coisa que não aconteceu em Portugal com a cumplicidade da maior parte dos partidos políticos.

O vídeo abaixo foi recusado por todos os canais de televisão da Eslováquia: não é preciso tradução para sabermos do que se trata: da adopção de crianças por pares de invertidos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Aqui há gato!

 

Galileu foi perseguido por defender o heliocentrismo. “¿Como foi possível isso acontecer? — perguntará o leitor. Alguns dirão que importa reflectir sobre o preconceito, ou seja, sobre o paradigma que levou a ciência do tempo de Galileu a preferir o sistema de Ptolomeu e a perseguir Galileu.

Mas ¿estaria Galileu correcto em tudo o que defendeu? Por exemplo, a teoria das marés de Galileu estava errada. E por isso não podemos afirmar o seguinte: “quem critica a teoria das marés de Galileu incorre em um preconceito contra ele”.

O facto de Galileu ter sido perseguido por causa da sua defesa do heliocentrismo não significa que a não-aceitação da sua (dele) teoria das marés faça parte dessa perseguição: estamos a falar de duas coisas diferentes: uma coisa é o heliocentrismo de Galileu, outra coisa é a sua teoria das marés.


Um tal Jorge Gato, que se dá por doutorado em psicologia, escreve o seguinte no jornal Púbico:

"Como foi possível isto acontecer?" Foi a interrogação incrédula que recentemente ouvi alguém fazer à saída do filme O Jogo da Imitação, sobre o génio matemático Alan Turing, perseguido na Inglaterra dos anos 50 por ser homossexual.

No dia em que mais uma vez se discute no Parlamento português a parentalidade exercida por casais do mesmo sexo, importa reflectir um pouco sobre o preconceito, nomeadamente aquele que tem caracterizado alguma argumentação contra as famílias formadas por lésbicas e gays.

¿O que é que tem a ver a perseguição em relação a Alan Turing por ser invertido, por um lado, com a adopção de crianças por pares de invertidos, por outro  lado?

Será que a perseguição de Alan Turing por ser homossexual legitima qualquer revindicação de putativos “direitos” da comunidade gay?

O argumento é falacioso e non sequitur — não se segue que, porque Alan Turing foi perseguido por ser homossexual, que seja legítimo que pares de homossexuais tenham direito a tolher a linhagem natural de uma qualquer criança e possam substituir um pai e uma mãe. Portanto, aqui há gato!

Depois, o gato doutorado invoca, mais uma vez, os “estudos” behaviouristas que indicam “semelhanças” — os “estudos” dizem que é “igual”, não há diferenças  — entre a educação de uma criança por um par de homossexuais, por um lado, e por uma mulher e um homem (um casal), por outro  lado. Trata-se de cientismo e de behaviourismo.

Finalmente, o gato das botas altas tem a certeza do futuro — apesar da sua argumentação falaciosa — o que é característica de uma doença mental que dá pelo nome de mente revolucionária.

domingo, 18 de janeiro de 2015

O terrorismo cultural da Isabel Moreira e a adopção gay

 

A Isabel Moreira, neste texto, pretende afirmar o seguinte:

1/ um par de gays (dois homens ou duas mulheres) é igual a um casal (uma mulher e um homem).

2/ uma criança não precisa de um pai e de uma mãe.

foi cesariana3/ se há crianças que, por uma desgraça nas suas vidas, não têm um pai e/ou uma mãe, e por isso podem (segundo a actual lei) ser até adoptadas por uma só pessoa — então a desgraça dessas crianças justifica a adopção por pares de gays. Falácia da mediocridade.

A adopção gay é vista pela Isabel Moreira como um mal menor para as crianças, ou seja, adopção não é vista pela Isabel Moreira como um bem em si mesma — o que distingue, no próprio conceito da Isabel Moreira, a adopção gay, por um lado, da adopção natural, por outro  lado. É a própria Isabel Moreira que reconhece implicitamente (no seu texto) a inferioridade ética e ontológica do estatuto da adopção gay em relação à  adopção natural. ¿E por que razão devemos aceitar um tipo de adopção eticamente inferior?

4/ a Isabel Moreira faz referência aos bancos de esperma, quando se refere à  procriação medicamente  assistida — quando ela distingue o esperma, por um lado, do pai da criança, por outro  lado. Ou seja, a Isabel Moreira defende claramente a utilização de bancos de esperma.

Em primeiro lugar, a procriação medicamente  assistida não se reduz aos bancos de esperma.

Em segundo lugar, os bancos de esperma são muito controversos do ponto de vista ético — assim como são controversos os métodos conhecidos como (MST) Maternal Spindle Transfer (duas mães e um pai) e (PNT) Pro-Nuclear Transfer (duas mães e dois pais), ambos por transferência mitocondrial — por muitas razões, por exemplo: alteração das características essenciais da pessoa futura, ou seja, violação do direito da criança a um futuro em aberto; abertura de uma caixa-de-pandora que permitirá, no futuro, outras formas de manipulação genética; destruição de embriões; o problema da identidade da criança; etc..

Em terceiro lugar, o carnal é mais do que o biológico. É evidente que a carne é, para além da procriação, e o lugar da doação originária da vida: paternidade e maternidade são carnais naquilo em que comprometem a pessoa (a criança que será adulta) inteira, articulando a realidade da carne com o domínio do simbólico.

É evidente — não necessita de prova — que os pais adoptivos (pai e mãe adoptivos) são seres de carne e osso sexualmente orientados um para o outro. A criança adoptada por um casal natural recebe, deste, o modelo da orientação sexual da mulher para o homem e vice-versa. Isto é evidente. A função educativa (escola, dinheiro para gastar) não é a única faceta da adopção.

5/ o argumento da Isabel Moreira  segundo o qual “a adopção gay vai resolver o problema das crianças institucionalizadas” é um mito para enganar os mentecaptos que votam no Partido Socialista de Isabel Moreira e de António Costa.

6/ a Isabel Moreira mistura Direito Positivo, por um lado, e ética, por outro  lado — quando invoca algumas decisões de alguns tribunais a favor da sua (dela) causa.

O Direito Positivo não tem necessariamente que estar ligado a boas práticas éticas. O Direito Positivo permitiu o nazismo e o estalinismo que foram eticamente reprováveis. A Isabel Moreira está a fazer terrorismo cultural.

7/ a Isabel Moreira coloca o problema dela em termos maniqueístas, no sentido em que quer dizer que “nós queremos ser pais como os outros são”, e coloca o ónus em putativos adversários a demonstração por que razão “nós não podemos ser pais como os outros”.

“Nós queremos ser” significa que “nós não somos”.

E por isso bastaria que a sociedade instituísse uma nova lei para que os pares de gays se tornassem “pais como os outros”. Ou seja, para os pares de gays, a paternidade e a maternidade dependem apenas e só da lei. “Nós queremos ser”, diz a Isabel Moreira: vê-se aqui a expressão de um desejo de facto impossível...

O absurdo do argumento da Isabel Moreira é o de que ela exige a demonstração daquilo que é evidente — daquilo que não precisa de demonstração. Se a lei da adopção gay for aprovada, é porque a classe política sente pena dos gays, tratando-os como deficientes mentais que merecem compaixão, e não porque seja necessário demonstrar aquilo que salta à vista e que toda a gente saudável vê. 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Partido Socialista quer destruir Portugal

 

O Partido Socialista considera que a situação de um homem que viva com outro homem, ou a situação de uma mulher que viva com outra mulher, é igual à de uma mulher que viva com um homem. E é baseado neste conceito de “igualdade” que o Partido Socialista defende a adopção plena de crianças por pares de homossexuais e, surpreendentemente, “no superior interesse das crianças”.

Se uma relação entre dois ou duas homossexuais é igual a uma relação entre uma mulher e um homem, então segue-se que o Partido Socialista tem razão. ¿Mas será que é igual?

foi cesarianaMas se essas relações não são iguais, na realidade, então o que o Partido Socialista tem que fazer é convencer o povo português de que aquilo que não é, de facto e na realidade, igual, passa a ser igual mediante decreto-lei. E é isso que o Partido Socialista está a fazer.

Em termos sociais e culturais (já nem falo na economia e nas finanças!), a política do Partido Socialista é suicida do ponto de vista dos interesses do país e da nação. Portugal, um país economicamente débil, não vai resistir durante muito tempo a um ataque cultural desta dimensão à coesão social que tem o seu fundamento na família nuclear.

O Partido Socialista está a atacar a família natural que é o fundamento de qualquer sociedade.

Num país economicamente pobre como é o nosso, a extensão da procriação medicamente  assistida a toda a gente e sem restrições, por uma questão de mimetismo cultural vai criar um aumento exponencial de mães solteiras que terão que contar com o apoio do Estado para poderem fazer face às despesas com a educação dos seus filhos. Ou seja, o que o Partido Socialista está a fazer é criar as condições para uma ainda maior intervenção do Estado na sociedade.

fascista familiarA adopção plena — sublinho: plena — de crianças por pares de homossexuais abre a porta ao comércio de crianças através das "barriga de aluguer": é a nova escravatura, que será o próximo passo a propôr pelo Partido Socialista.

Os portugueses devem ter em mente que o Partido Socialista começou pelo "casamento" gay em 2010, passou depois à  defesa da “co-adopção gay” em 2012, e agora, passados apenas alguns meses, já defende a adopção plena de crianças por pares de homossexuais e a procriação medicamente  assistida para todo o bicho careta. Por isso não há nenhuma razão para pensarmos que o Partido Socialista não irá brevemente defender o tráfico de crianças mediante as "barriga de aluguer".

Do ponto de vista ético, toda a gente sabe que uma relação entre dois homossexuais não é igual a uma relação entre um homem e uma mulher:“está na cara”!; é uma evidência, não é preciso fazer prova. Portanto, não podemos tratar de forma igual situações que não são iguais. E se as situações não são iguais, não podemos afirmar que as consequências para a educação das crianças (mediante a adopção) são iguais — ou semelhantes — nos dois casos.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A ILGA Portugal, os me®dia, e a destruição linguagem

 

ilga filhos de gays

Repare-se na linguagem: “Portugal ainda não protege filhos de casais homossexuais”. Parece que os “casais” homossexuais dão filhos.

Um gay adopta uma criança, por exemplo, e automaticamente a criança passa a ser “filha” de outro gay com quem ele vive. Através da destruição da linguagem e do senso-comum, pretende-se a destruição da família natural.

Se um homem tem uma filha, essa filha tem uma mãe. E se uma mulher tem um filho, esse filho tem um pai. Mas o politicamente correcto elimina, da cultura, a noção de maternidade e de paternidade naturais. E os me®dia aplaudem. E depois temos toda a gente a dizer que existe uma crise de natalidade em Portugal.

Se um homem tem uma filha de uma mulher e depois casa-se com outra mulher, ninguém diz que a filha é da segunda mulher do referido homem. Mas se um gay tem um filho de uma mulher e depois “casa-se” com um outro gay, os me®dia e o politicamente correcto dizem que o filho é também do outro gay com quem ele vive. Os gays passam a parir pelo cu.

fascista familiar

domingo, 12 de outubro de 2014

A Esquerda caviar, a Direita salmão, e adopção de crianças por pares de invertidos

 

Para além da Esquerda caviar, existe em Portugal uma Direita salmão-rosa que defende o casamento anfíbio: a reprodução anfíbia é externa e a desova é feita em ambiente adequado e politicamente correcto para que a “prole” se mantenha viva.

“Temos uma dinâmica familiar em que ambos assumimos o papel de pais, a lei só me reconhece a mim, mas o nosso filho não tem dúvidas”, revela Diogo Infante.

Há uma dúvida que o filho adoptivo dele não tem: é a de que não tem mãe conhecida.

foi cesarianaNão ter mãe ou pai conhecidos, é uma infelicidade. Mas uma coisa é admitirmos que existem casos de crianças que, por infelicidade, não têm mãe conhecida; e outra coisa é apoiar um movimento político homossexualista que fomente a proliferação e vulgarização de mães desconhecidas. Uma coisa é constatar que as desgraças existem; outra coisa é tentar promover e normalizar a desgraça das crianças em nome de putativos “direitos” de adultos.

Ademais, há aqui um detalhe que não é despiciendo: o facto de a lei permitir, por hipótese e por exemplo, que um homem se “case” com o seu cão, não se depreende dessa permissão legal que exista de facto um “casamento”. A lei pode ser o que qualquer doente mental quiser; o casamento, não.

Esta gente mete nojo! — não porque sejam homossexuais (cada um come do que gosta), mas porque apresentam sintomas claros de psicopatia: não conseguem colocar-se no lugar de uma criança a quem é apagado, do registo civil, o nome da mãe e de todo o ramo familiar materno. E, não contentes com isso, pretendem levar a sociopatia mais longe através das "barriga de aluguer" que será a próxima guerra destas bestas com forma humana.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Crianças em lojas de animais, para adopção

 

“A modernidade transformou a família num ninho de ratos, crianças são tratadas como animais de estimação e os animais tratados como crianças, o Facebook é actualmente a maior válvula de escape destes doidivanas. Em breve teremos crianças oferecidas em “petshops” para adopção.”

→ Comentário aqui.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

"Faz sentido o Nuno morrer para levantar a questão da coadoção"

 

A lobotomia cultural anti-natura continua nos me®dia de Pinto Balsemão.

É uma narrativa comparável à dos fascistas do período temporal anterior à II Guerra Mundial. É a lógica de uma ideia (ideologia): da mesma forma que os fascistas do século XX defendiam a ideia segundo a qual os judeus eram seres natural e ontologicamente inferiores, os novos fascistas defendem a ideia — utilizando a propaganda nos me®dia — de que os homossexuais são seres natural e ontologicamente superiores a ponto de ser legítimo que desafiem as leis da natureza, e tenham privilégios em lugar de direitos.


Entretanto, em Itália:

« La loi de pénalisation de l’homophobie va introduire “pour la première fois depuis la fin du fascisme il y a 70 ans, un crime d’opinion évocateur des temps noirs et troublés, longtemps vaincus et que l’on a cru révolus, des idéologies d’Etat. Des temps où l’Etat identifiait des positions idéologiques qu’il imposait par la force, supprimant tous ceux qui n’étaient pas conformes.” »

Traduzindo:

“A lei da penalização da homofobia vai introduzir “pela primeira vez depois do fim do fascismo de há 70 anos, um crime de opinião que evoca os tempos negros e conturbados, há muito vencidos e que se acreditava estarem resolvidos, das ideologias de Estado. Dos tempos em que o Estado identificava as posições ideológicas que eram impostas à força, suprimindo todas aquelas que não estavam em conformidade.”


Estamos perante um novo fascismo que se entranha na cultura antropológica através da propaganda como, por exemplo, a propaganda política do "Faz sentido o Nuno morrer para levantar a questão da coadoção". É uma narrativa que apela à emoção — assim como os fascistas do século XX apelavam à emoção da populaça para fazerem valer os seus pontos de vista — no sentido de uma lobotomia geral totalitária.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A Gaystapo e a adopção de crianças por pares de invertidos: ¿A criança não tem pai biológico?

 

O lóbi político gayzista “ILGA” publicou hoje um vídeo que pode ser visto abaixo.

Cerca do minuto 1:15, a amiga da mãe biológica diz o seguinte:

“Se acontecesse alguma coisa à criança e a tivesse que a levar ao hospital, iam perguntar quem eu era. Apresento o cartão de cidadã da criança, e eu não estou lá. Está lá só o nome da mãe biológica... e eu? Estou onde? Não estou em lado nenhum...”

Admira-me que a RTP tenha transmitido este documentário. A RTP anda a brincar com assuntos sérios à custa dos contribuintes portugueses.

O Código Civil português estipula que não podem haver filhos de pai incógnito. Ao que parece, aquela criança é filha de pai incógnito — o que vai contra o espírito da lei.


Artigo 1835 do Código Civil

1. A paternidade nos termos dos dos artigos anteriores contará obrigatoriamente do registo do nascimento do filho, não sendo admitidas menções que a contrariem.

(…)

Artigo 1865 do Código Civil — Averiguação Oficiosa

1. Sempre que possível, o tribunal ouvirá a mãe acerca da paternidade que atribui ao filho.

2. Se a mãe indicar quem é o pai ou por outro meio chegar ao conhecimento do tribunal a identidade do pretenso progenitor, será este também ouvido.

3. No caso de o pretenso progenitor confirmar a paternidade, será lavrado termo de perfilhação e remetida certidão para averbamento à repartição competente de registo.

4. Se o presumido pai negar ou se recusar a confirmar a paternidade, o tribunal procederá às diligências necessárias para averiguar a viabilidade da acção de investigação de paternidade1.

5. Se o tribunal concluir pela existência de provas seguras da paternidade, ordenará a remessa do processo ao agente do Ministério Público junto do tribunal competente, a fim de ser intentada a acção de investigação.

 


No caso concreto das duas amigas (uma das quais é mãe da criança), pode ter acontecido que o tribunal não tivesse ouvido a mãe biológica — como estipula a alínea 1. do artigo 1865 —, talvez porque a juíza estivesse com diarreia ou o juiz estivesse com o penso.

Se a mãe biológica foi ouvida pelo juiz ou pela juíza, o que aconteceu certamente é que a mãe biológica se recusou a indicar a identidade do pai biológico — e não há nada na lei que obrigue a mãe biológica a indicar a identidade do progenitor da criança. Parece certo que a mãe da criança não quis revelar o nome do pai que ela sabe bem quem é, porque em Portugal não é permitida a inseminação artificial in vitro em mulheres solteiras.

Portanto, estamos perante uma lésbica que engravidou de um homem e não quis identificar o pai da criança no tribunal. Ou seja, estamos perante alguém que quis criar um facto para, a partir dele, criar uma norma jurídica: a perfilhação da criança por parte da sua amiga.


Quando uma mulher, com filhos, se divorcia do seu marido e volta a casar com outro, a situação do segundo marido em relação aos filhos da sua esposa é exactamente a mesma se ele (o segundo marido) for ao hospital com um dos filhos da sua actual esposa e mãe biológica — porque o segundo marido não perfilhou nem pode perfilhar os filhos da sua actual esposa, uma vez que as crianças foram previamente perfilhadas pelo pai biológico (o primeiro marido dela).

Portanto, o que está aqui em causa não é adopção, mas antes é a perfilhação.

O que o lóbi político gayzista (vulgo “Gaystapo”) pretende é que um dos elementos de um par de homossexuais possa perfilhar um filho biológico do outro elemento da parelha, à revelia do espírito da lei que diz que “o tribunal ouvirá a mãe acerca da paternidade que atribui ao filho”.

Ou seja, e em resumo: o que a Gaystapo pretende é instituir a legalização do estatuto de “filho da puta”, por um lado, e por outro lado pretende erradicar a árvore genealógica das crianças.

Estamos perante uma tentativa de uma revolução antropológica delirante, através de engenharias sociais psicóticas.

Nota
1. por exemplo, fazer testes de ADN ao putativo pai e ao filho.

sábado, 9 de agosto de 2014

O raciocínio do ateu Ludwig Krippahl acerca da família e da adopção de crianças por pares de invertidos

 

Já algum tempo que não ia ao Icerocket e hoje vi isto. O ateu Ludwig Krippahl, mais uma vez e conforme a tradição dos ateus (porque os ateus também têm tradição!, como toda a gente), pede para “ser debatido”. Vamos lá fazer-lhe a vontade... porque isto até me dá um certo gozo.

“Seguindo a ordem do Orlando, começo por Paulo Otero, professor catedrático de direito constitucional. Alegou ser uma questão importante a de se o legislador deve favorecer a reprodução medicamente assistida ou a adopção. Não vejo o que o legislador tenha que ver com isso. Umas pessoas preferirão uma, outras a outra, e o papel do legislador será apenas respeitar a escolha.”

Respeitar a escolha”. Aqui, faz-se o apelo ao livre arbítrio (já lá iremos).

A lei é vista (pelo Ludwig Krippahl) de tal forma que o Código Civil poderia ocupar uma biblioteca inteira, se cada “escolha” de cada cidadão passasse a ser “respeitada” por lei. Segundo o ateu Ludwig Krippahl, a lei não é geral: pelo contrário, cada facto pode determinar uma lei que serve para “acomodá-lo”. Ora, todas as escolas filosóficas — sérias, porque o ateísmo não é nem sério nem filosófico porque qualquer negação de uma metafísica volta a ser, ela própria, uma metafísica — estão de acordo com a ideia segundo a qual os factos não criam normas, embora as normas possam criar factos. Mas o Ludwig Krippahl pensa ao contrário: segundo ele, os factos criam normas.

domingo, 29 de junho de 2014

O Bloco de Esquerda deveria ser proibido por lei

 

“Este ano, a 9.ª Marcha do Orgulho LGBT no Porto tem como tema a família LGBT e a parentalidade LGBT.”

Bloco de Esquerda vai levar co-adopção ao parlamento em Setembro

Segundo o Bloco de Esquerda, existe uma “família LGBT” e uma “parentalidade LGBT”.

Aparentemente, e seguindo este raciocínio, a “família” é concebida como uma marca de automóvel: existem as marcas Opel, Mercedes, Renault, etc.. Mas é só aparentemente, porque, segundo o raciocínio do Bloco de Esquerda, os conceitos de “família LGBT” e de “parentalidade LGBT” não têm definição — uma vez que LGBT é uma sigla genérica para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros.

Teríamos, por isso, que conceber, por exemplo, uma “família de bissexuais”, ou uma “família de transgéneros” que, segundo o Bloco de Esquerda, também deveriam ter direito a adoptar crianças.

Ou seja, o Bloco de Esquerda defende a ideia segundo a qual um “casal de transgéneros” também deveria ter o direito a adoptar crianças — o que é um absurdo, porque o transgénero procura quase sempre o sexo oposto ao daquele que se diz ser o seu, a não ser que exista um “transgénero lésbico” ou uma “transgénera gay” (um azar nunca vem só!). Portanto, o conceito de “casal de transgéneros” não é praticamente materializável na realidade.

Por outro lado, por exemplo, um “casal de bissexuais” proclamado por lei, embora possa existir na prática, é suruba. Já imaginaram um “casal de bissexuais” a adoptar crianças?! É “swing”, na certa. E o Bloco de Esquerda pretende incluir as crianças dentro de um ambiente de deboche sexual.

O Bloco de Esquerda pretende transformar a adopção de crianças como parte de um processo político de aculturação do “síndroma do bonobo”.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Acerca dos comentários negativos ao artigo de Helena Matos “Os pénis de aluguer e os testículos de substituição”

 

Primeiro comentário negativo:

comentario 1

Antes de mais nada: A Ordem dos Médicos de França considera que a "barriga de aluguer" é prejudicial para a criança, tanto nos aspectos éticos, médicos, sociais e jurídicos. Não há nenhuma razão objectiva por que a Ordem dos Médicos de Portugal não siga o mesmo critério senão por colagem ideológica e política ao Partido Socialista (e à ala esquerda do Partido Social Democrata).

Não é só o útero da mulher que é “alugado”: é o corpo dela inteiro que é “alugado”! (ver este vídeo).

Portanto, a primeira objecção no comentário (se é ou não prejudicial às crianças) está respondido — a não ser que os médicos franceses sejam uns “ignorantes” (essa gente trata toda a gente que os contraria de “ignorantes”).

A segunda objecção do comentário é o do “julgamento dos outros”: o comentarista julga (faz um juízo de valor acerca da Helena Matos) a Helena Matos alegadamente por esta “julgar os outros”. Ou seja: só ele tem o direito de “julgar os outros”.

Segundo comentário negativo:

comentario 2

A primeira parte está respondida — a não ser que os médicos franceses sejam “ignorantes”.

A ideia de “contrato exclusivo entre adultos” ignora dos direitos da criança — como é evidente. Mas há gente que não vê ou não quer ver. Ademais, a Declaração dos Direitos da Criança diz que “uma criança, salvo condições excepcionais, não deve ser separada da mãe” (biológica).

“Pergunto-me se também pensa proibir que uma mãe entregue uma criança para adopção? Não seria isso um acto “pior” que este que deseja proibir?”

Aqui, o argumento é uma falácia da mediocridade: segundo este raciocínio, pelo facto de existirem assassinos em série, o assassínio qualificado deveria ver a sua pena reduzida ou ser mesmo despenalizado. Pega-se em uma situação extrema e de desgraça de uma mãe que, por quaisquer razões, abandona o filho, e depois tenta-se a generalização dessa situação para justificar qualquer outro comportamento ou atitude em relação às crianças em geral.

Terceiro comentário negativo:

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Em primeiro lugar, compara-se a "barriga de aluguer" com os bancos de esperma; ou seja, o esperma e o embrião e o feto são colocados no mesmo plano de valor. Um espermatozóide é considerado a mesma coisa que um feto.

Em segundo lugar, considera-se implícita ou explicitamente que os bancos de esperma são uma coisa positiva — o que é altamente controverso.

Em terceiro lugar, utiliza-se o conceito de “liberdade” levado ao limite do Notrecht (direito de necessidade): alguém que passa fome, por exemplo, é “livre de trabalhar todo o dia para comer uma côdea”. E esta gente é de esquerda!!

Em quarto lugar, a liberdade não é só negativa: também é positiva. (ver liberdade negativa).

Finalmente, a ideia segundo a qual “não me cabe a mim legislar sobre os sentimentos alheios”. Aqui, o raciocínio é semelhante àqueloutro que diz que “a Helena Matos não tem o direito de fazer julgamentos sobre os outros, e apenas eu tenho o direito de fazer julgamentos acerca dos julgamentos da Helena Matos”. Ou seja, parte-se de um pensamento circular ou de uma falácia Petitio Principii: recusa-se o juízo de valor a quem não concorda com a comentarista, mas ela própria emite um juízo de valor ao recusar qualquer juízo de valor à Helena Matos.

Quarto comentário negativo:

comentario 4

Aqui, a falácia é ad Hominem — o que é muitíssimo comum na esquerda: insultam-se as pessoas e julga-se que através do insulto passam a ter razão.

E fico-me por aqui. Os argumentos dos comentários negativos são tão pobres que não merecem melhor atenção.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A deputada socialista Isabel Oneto e a “responsabilidade parental”

 

Aquilo a que a deputada socialista Isabel Oneto chama de “responsabilidade parental” 1 corresponde àquilo que existe já na lei com a expressão “poder paternal”. Por exemplo, quando há um divórcio, fala-se em “regulação do poder paternal” que, na maioria das vezes e por maioria de razão, beneficia a mulher e mãe.

Portanto, e desconstruindo a fraseologia eufemista da deputada Isabel Oneto: “responsabilidade parental” = “poder paternal”.

adopçao moderna webO que a deputada Isabel Oneto pretende, através da reformulação da linguagem e substituindo o conceito de “poder paternal” por um outro (“responsabilidade parental”), é alterar a noção e o estatuto do “poder paternal” no quadro jurídico português.

Utilizando palavras diferentes (“responsabilidade parental”) para coisas idênticas (“poder paternal”), pretende-se que o objecto da linguagem seja alterado mediante a reformulação dos termos utilizados. Ou seja, o que a deputada Isabel Moreira pretende é alterar o estatuto do “poder paternal” do Código Civil.

No actual enquadramento jurídico, o poder paternal pertence aos progenitores, ou, no caso de viuvez ou de pai incógnito (que, segundo a lei, deve ser a excepção e não regra), pertence a um dos progenitores (biológicos).

A extensão do poder paternal, por parte do progenitor, ao (novo) cônjuge, é assunto privado — ou seja, a autoridade do cônjuge em relação à educação dos filhos da (ou do) progenitora é geralmente consentida pela progenitor(a) e trata-se de assunto privado do casal. Mas perante a lei e perante o Estado, é a viúva ou o viúvo que exerce o poder paternal.

No caso, por exemplo, de uma mãe de filhos de pai incógnito, e uma vez que não existem laços biológicos conhecidos em relação ao pai, é possível a adopção dos filhos da mãe (passo a expressão) pelo cônjuge da dita. Mas esta adopção é feita sempre tendo em conta os interesses da criança que incluem a analogia (ontológica) do casal adoptante em relação à situação dos pais biológicos (pai e mãe).

Parece que o projecto-lei da deputada Isabel Oneto não pretende substituir os laços de filiação.

Por exemplo, um gay “casado” com outro que tenha um filho com mãe conhecida (segundo o projecto-lei da deputada Isabel Oneto) não poderá adoptar essa criança. Mas ficamos sem saber para que serve o conceito de “responsabilidade parental” da deputada Isabel Oneto — uma vez que, até agora, a extensão do poder paternal ao cônjuge é assunto privado do casal: depende da vontade da progenitor ou progenitora. É a mãe da criança (ou o pai biológico, gay ou não) que decide se deve (e como deve, em grau e qualidade) estender e partilhar o poder paternal com o (ou a) novo cônjuge.

Para mim, o conceito de “responsabilidade parental” da deputada socialista Isabel Oneto não faz sentido senão no âmbito de uma maior intrusão do Estado na vida privada dos cidadãos.

Por outro lado, o conceito de “responsabilidade parental” abre as portas ao tráfico de crianças e ao negócio aberrante das "barriga de aluguer" — é uma espécie de co-adopção gay com outro nome; é um eufemismo para “adopção”, porque no caso do negócio do tráfico de crianças, não existe mãe legalmente reconhecida e, por isso, não existe substituição de laços de filiação, o que significa que, na prática, estamos perante uma adopção através do conceito de “responsabilidade parental”.

Nota
1. Não gosto da palavra “parental” que pretende substituir a palavra “paternal” que é considerada “machista” pelo politicamente correcto; contudo, a palavra “parental” também é do género masculino, e por isso fica-se sem saber qual é a lógica da alteração.

terça-feira, 6 de maio de 2014

A Isabel Moreira e o Direito “anti-natural, felizmente”

 

isabel-moreira85210webQuestiono-me como é possível que a Isabel Moreira seja considerada uma “constitucionalista” neste país. Não estão em causa aqui os putativos conhecimentos dela, mas a forma como ela vê o Direito: repare, caro leitor: uma pessoa pode estudar afincadamente uma determinada matéria para depois ganhar uma autoridade de direito que lhe permita, de forma impune, deturpar os princípios fundamentais dessa mesma matéria, reduzindo-a a uma pura arbitrariedade.

A Isabel Moreira escreveu aqui um texto com o título “anti-natural, felizmente”, referindo-se ao Direito. Alegadamente, segundo a Isabel Moreira, o Direito é “anti-natural, felizmente”.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

As "barriga de aluguer", segundo o Partido Social Democrata e o Partido Socialista : para já é “excepcionalmente”

 

O Partido Social Democrata e o Partido Socialista chegaram a um acordo: as mulheres que nascem com uma anomalia congénita conhecida por “agenesia vaginal”, vão ter direito a recorrer à "barriga de aluguer".

Segundo parece, e nos casos da agenesia vaginal, a "barriga de aluguer" terá que ser gratuita — ou seja, não pode haver negócio de compra e venda de bebés. Porém, parece também que o critério adoptado é o da “infuncionalidade do útero”, o que significa que o próprio critério aponta para a permissão das "barriga de aluguer" para além dos casos de agenesia vaginal (portanto, já não se trata apenas de acomodar na lei os casos de agenesia vaginal, mas antes qualquer “infuncionalidade do útero” terá direito a "barriga de aluguer", e que se pretende que não seja um negócio).

Como é que se prova que houve negócio?

Fiquei sem saber se a mulher com agenesia vaginal e com direito a "barriga de aluguer" deve ser casada, ou não. ¿Qualquer mulher com agenesia vaginal tem automaticamente direito à "barriga de aluguer"? Em que circunstâncias uma mulher pode ter acesso à "barriga de aluguer"? O texto não nos diz nada sobre o assunto — e não diz de forma propositada, não conhecêssemos nós o pasquim Público.

Brevemente veremos o Partido Social Democrata e o Partido Socialista anunciar que o critério mudou: de “infuncionalidade do útero”, o critério passará a ser o da “ausência de útero”, para que os gays também tenham direito à "barriga de aluguer". E ainda hei-de ver um ex-deputado do Partido Social Democrata a montar um negócio de compra e venda de crianças.